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Chefão do Comando Litoral lavou dinheiro com jóias, mansões e empresa de fachada, diz MPPE

Apontado como número 1 da facção, Osnir Cabeça é acusado de registrar carro com documento falso e de usar nome da cunhada para comprar dois imóveis em lavagem de dinheiro do tráfico

Casa de Osnir Cabeça, apontado como líder máximo do CLS, em condomínio de luxo em Parnamirim (RN)

 
Apontado com o chefão da facção Comando Litoral Sul (CLS), o antigo Trem Bala, que aterroriza diferentes cidades no Grande Recife, o preso Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça, de 47 anos, é acusado de comprar joias, usar empresa de fachada e registrar imóveis no nome de parentes para ocultar bens obtidos com o tráfico de drogas.

Osnir Cabeça, a mulher dele e a cunhada foram alvos de denúncia e são réus por lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde dezembro de 2023. O processo ainda não tem sentença e os acusados optaram por ficar em silêncio durante audiência realizada na semana passada.

Conforme revelou o Diario de Pernambuco, Osnir é indicado como o responsável por todas as remessas de cocaína, maconha, skunk e crack, vendidas pelo CLS, e também articula os contatos com fornecedores de fora do Estado. A descoberta da sua chefia na facção só aconteceu após a prisão de Evanilson José da Silva, o Bambam, de 37 anos, em março de 2022, até então considerado o maior líder do grupo.

Com antecedentes criminais, Osnir escapou da cadeia em 2017 e só foi recapturado seis anos depois, em um condomínio de alto padrão na cidade de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Na casa, os policiais também apreenderam o documento falso usado pelo foragido, anotações do tráfico de drogas e mais de 60 jóias, incluindo colar de pérolas e pulseiras de ouro.
 
[SAIBAMAIS] 

Empresa e imóveis

Para esconder a movimentação milionária dos seus negócios ilegais, Osnir se valia de uma empresa de fachada, chamada de Araújo Importações e Exportações, de acordo com a promotoria.

O chefão do CLS também teria usado o dinheiro do tráfico para comprar um Chery Tiggo 5x Tx, registrado com sua identidade falsa, e um Jeep Compass Limited TD, no nome da esposa. Os veículos foram apreendidos durante a Operação Restolho, deflagrada pela Força Integrada de Combate do Crime Organizado (Ficco-PE), no ano passado, para combater a lavagem da facção.

Os investigadores acusam Osnir, ainda, de usar o nome da cunhada para adquirir outros dois imóveis em Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Hoje, essas casas estão avaliadas, ao todo, em R$ 1,5 milhão, segundo a acusação.

No processo, as mulheres negam participar da facção criminosa e pedem o relaxamento das prisões preventivas – o que só foi aceito pela Justiça, até o momento, no caso da cunhada. Já a defesa de Osnir contesta a investigação e diz que as provas apresentadas seriam ilícitas.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco