ESTELIONATO

Empresa de limpeza de estofados é fechada por prática de crime de extorsão

Em algumas situações o serviço sequer era prestado e a empresa exigia um pagamento por meio de ameaça ao cliente

Publicado em: 27/09/2024 14:00

Materiais foram recolhidos em 3 mandados de busca e apreensão cumpridos na última quinta (26) (Foto: Divulgação/PCPE)
Materiais foram recolhidos em 3 mandados de busca e apreensão cumpridos na última quinta (26) (Foto: Divulgação/PCPE)
Uma empresa de impermeabilização e limpeza de estofados foi impedida de continuar suas atividades pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) numa operação realizada na manhã da última quinta-feira (26). 

O trabalho começou em janeiro de 2023, e teve o objetivo de identificar e desarticular uma associação criminosa voltada à prática dos crimes contra as relações de consumo e de extorsão. 

As investigações apontaram que mais de cem pessoas foram vítimas e fizeram boletins de ocorrência contra a empresa.

A Delegada adjunta da Delegacia de Estelionato, Lígia Cardoso, deu detalhes de como a empresa agia para receber os pagamentos dos serviços, que muitas vezes nem eram realizados pela empresa.

“Os clientes eram captados por meio de perfis em redes sociais e aí toda a tratativa era direcionada e realizada pelo WhatsApp. Então existiam duas formas de o cliente ser lesado. Uma com o serviço sequer não sendo prestado e outra com o serviço sendo prestado de forma errada, realmente. Eles chegaram a enviar fotos com a pessoa portando uma arma de fogo, para intimidar a pessoa e diziam, olha aqui, estou esperando por você. E dizia isso ao cliente para a pessoa ficar realmente amedrontada e fosse coagida a realizar aquele pagamento”, explicou a Delegada.

Como medidas solicitadas ao Poder Judiciário, a empresa teve o cancelamento do registro na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), e já foi feita a comunicação ao órgão para que seja cancelado o registro da empresa e também a retirada do ar das redes sociais para evitar que novas pessoas sejam potenciais vítimas. 

Um dos acusados, apontado como dono da empresa, já se encontra preso há quatro meses, com envolvimento no mesmo tipo de crime, envolvendo a empresa também.  

Na execução da operação participaram 20 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. 

As investigações aconteceram nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Igarassu, no grande recife.