TJPE
Justiça decreta prisão de Gusttavo Lima e mantém Deolane na cadeia
Cantor e influenciadora são alvos da Operação Integration, que investiga uma suposta organização criminosa responsável por lavar dinheiro do jogo do bicho e de apostas esportivasPor: Felipe Resk
Publicado em: 23/09/2024 15:52 | Atualizado em: 23/09/2024 16:57
Gusttavo Lima entrou na mira da polícia após a empresa Balada Eventos de Produções Ltda, da qual é sócio-administrador, receber mais de R$ 8 milhões da Esportes da Sorte (Marcus Soares/Divulgação) |
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou, nesta segunda-feira (23), a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima, no âmbito da Operação Integration, que investiga uma suposta organização criminosa responsável por lavar dinheiro do jogo do bicho e de apostas esportivas.
A decisão é da juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, do TJPE. Na ocasião, a magistrada também decidiu manter as preventivas de todos os investigados na ação – entre eles, a influenciadora Deolane Bezerra e o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, apontado como o centro do esquema.
Na sexta-feira (21), o Ministério Público de Pernambuco alegou que ainda precisava de mais elementos para denunciar os acusados e havia sido favorável a soltá-los. A posição da promotoria, no entanto, foi rejeitada pela magistrada, que acolheu o pedido da Polícia Civil.
"Além das prisões, foi determinada a indisponibilidade de bens dos envolvidos, visando garantir a reparação dos danos e a eficácia das medidas judiciais", diz nota do TJPE. Todos os foragidos tiveram, ainda, o nome difundido na lista vermelha da Interpol.
"A Operação Integration tem como objetivo desarticular um esquema de lavagem de dinheiro que movimenta grandes quantias através da exploração ilícita de jogos. O processo permanece sob sigilo para garantir a integridade das investigações em andamento", afirma o Tribunal.
Inicialmente, 20 investigados tiveram a prisão decretada. Agora, além de Gusttavo Lima, o empresário Bóris Maciel Padilha teve o mandado de prisão concedido em seu desfavor.
Gusttavo Lima
Gusttavo Lima entrou na mira da polícia após a empresa Balada Eventos de Produções Ltda, da qual é sócio-administrador, receber mais de R$ 8 milhões da Esportes da Sorte. Segundo a investigação, a empresa teria negociações cruzadas de aeronaves com outros acusados de integrar o esquema. Ela teve R$ 20 milhões bloqueados.
Um desses episódios envolve um jatinho, modelo Cessna Aircraft, avaliado em R$ 30 milhões, que foi vendido para a Pix 365 Soluções, a Vai de Bet, ligada ao empresário José André da Rocha Neto, de 37 anos, outro alvo da investigação. A aeronave havia sido adquirida anteriormente por Darwin Henrique da Silva Filho, por meio da Esportes da Sorte, segundo o MPPE.
No início do mês, quando a aeronave foi apreendida pela Operação Integration, Gusttavo Lima chegou a usar as redes sociais para se defender. “Eu não tenho nada a ver com isso, me deixem fora disso. Esse avião foi vendido no ano passado”, disse. “Honra e honestidade foram as únicas coisas que tive na minha vida, e isso não se negocia”.
Em relatório, a Polícia Civil cita outro episódio em que a empresa de Gusttavo Lima teria adquirido um helicóptero EC 1230 B4, cujo operador é a Supreme Marketing e Publicidade Ltda, também ligada ao dono da Vai de Bet.
Como a sede da empresa de apostas esportivas fica na Paraíba, o MPPE alegou que essas transações suspeitas devem ser investigadas e julgadas naquele estado – e não em Pernambuco.
Em paralelo, o órgão também pediu o fim de bloqueios de bens para empresas investigadas que não tiveram sócios indiciados pela Polícia Civil.