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Operação Integration: MPPE cita Gusttavo Lima entre indiciados e número de alvos sobe para 22

Responsável por apurar suposto esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho e apostas esportivas, a operação já prendeu a influenciadora Deolane Bezerra e o CEO da Esportes da Sorte

Cantor entrou na mira após empresa da qual é sócio-administrador receber mais de R$ 8 milhões da Esportes da Sorte

 
O cantor Gusttavo Lima, de 35 anos, está na lista de indiciados pela Polícia Civil de Pernambuco no âmbito da Operação Integration, que investiga uma suposta organização criminosa responsável por lavar dinheiro do jogo do bicho e de apostas esportivas. Ao todo, o número de alvos da ação subiu para 22. Os suspeitos negam irregularidades e alegam inocência.

A informação consta em manifestação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), enviada à Justiça, à qual o Diario de Pernambuco teve acesso nesta segunda-feira (23). Além de Nivaldo Batista Lima, nome verdadeiro de Gusttavo Lima, também foi incluído o empresário Boris Maciel Padilha no rol de indiciados.

Na ocasião, o MPPE afirmou que ainda não tem elementos suficientes para oferecer denúncia formal contra os acusados e pediu para que a Polícia Civil investigue mais. Entre os alvos do inquérito, estão a influenciadora Deolane Bezerra, que está presa preventivamente no interior do Estado, e o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, apontado como o centro do esquema.

Uma das lacunas apontadas pela promotoria envolve o casal Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, sócios da Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos Ltda, que teve R$ 500 milhões bloqueados na Justiça.

“Verifica-se que sua inclusão na investigação se deu tão somente em virtude da identificação de transferências de valores para HSF Entretenimento e Promoção de Eventos (Esportes da Sorte), sem a demonstração da correlação entre essas transferências e os delitos investigados nos autos”, diz o documento. 

O MPPE foi favorável, ainda, a soltar os suspeitos que estão detidos de forma preventiva – portanto, ainda sem condenação. O principal argumento da promotoria é que, como a realização das novas diligências deve esticar o tempo que os investigados vão ficar na cadeia, poderia configurar “constrangimento ilegal”. Há expectativa de que o pedido seja apreciado ainda hoje pelo Tribunal de Justiça (TJPE).
 
[SAIBAMAIS] 

Empresa de Gusttavo Lima negociou aeronaves

Gusttavo Lima entrou na mira da polícia após a empresa Balada Eventos de Produções Ltda, da qual é sócio-administrador, receber mais de R$ 8 milhões da Esportes da Sorte. Segundo a investigação, a empresa teria negociações cruzadas de aeronaves com outros acusados de integrar o esquema. Ela teve R$ 20 milhões bloqueados.

Um desses episódios envolve um jatinho, modelo Cessna Aircraft, avaliado em R$ 30 milhões, que foi vendido para a Pix 365 Soluções, a Vai de Bet, ligada ao empresário José André da Rocha Neto, de 37 anos, outro alvo da investigação. A aeronave havia sido adquirida anteriormente por Darwin Henrique da Silva Filho, por meio da Esportes da Sorte, segundo o MPPE.

No início do mês, quando a aeronave foi apreendida pela Operação Integration, Gusttavo Lima chegou a usar as redes sociais para se defender. "Eu não tenho nada a ver com isso, me deixem fora disso. Esse avião foi vendido no ano passado", disse. "Honra e honestidade foram as únicas coisas que tive na minha vida, e isso não se negocia".

Em relatório, a Polícia Civil cita outro episódio em que a empresa de Gusttavo Lima teria adquirido um helicóptero EC 1230 B4, cujo operador é a Supreme Marketing e Publicidade Ltda, também ligada ao dono da Vai de Bet.

Como a sede da empresa de apostas esportivas fica na Paraíba, o MPPE alega que essas transações suspeitas devem ser investigadas e julgadas naquele estado – e não em Pernambuco.

Em paralelo, o órgão também pediu o fim de bloqueios de bens para empresas investigadas que não tiveram sócios indiciados pela Polícia Civil.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco