A Polícia Civil de Pernambuco indiciou 20 pessoas no inquérito da Operação Integration, deflagrada, no início do mês, contra um suposto esquema bilionário de lavagem de dinheiro do jogo do bicho e de cassinos virtuais. Todos já tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
O Diario de Pernambuco teve acesso a mais de mil páginas do inquérito, concluído pela Polícia Civil nesta semana e relatado ao Ministério Público (MPPE). Em primeira mão, a reportagem mostra quem é quem na investigação que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, a mãe dela, Solange Bezerra, de 56, e outros suspeitos.
Para a polícia, o suposto esquema girava em torno do empresário pernambucano Darwin Henrique da Silva Filho, de 33, representante da empresa de apostas Esportes da Sorte, que está preso. O pai, a mãe, a madrasta, a esposa e a irmã dele também foram incriminados pela investigação.
Os investigados teriam ocultado bens de origem ilícita por meio de compras de aeronaves, imóveis e carros importados, além de contratos de publicidade e de realização de eventos. Ao todo, a Polícia Civil afirma ter recebido 850 comunicações de suspeitas de lavagem envolvendo o grupo – das quais, 822 eram de movimentações “atípicas” e 25 referentes a transações em dinheiro vivo.
Irmã de Darwin Henrique da Silva e tia do CEO da Esportes da Sorte, tem participação em lotéricas da família. Teve R$ 10 milhões bloqueados.
Atual esposa de Darwin Henrique da Silva e madrasta do CEO da Esportes da Sorte, declara ser empresário e apresenta “movimentações financeiras expressivas e discrepantes em relação à renda”, segundo a polícia. Possui dois Porsches registrados no seu nome. Teve R$ 2 milhões bloqueados.
Sócio da Estação do Seguro Corretora e Administração de Seguros Ltda, que movimentou R$ 1,7 milhão em crédito e R$ 1,6 em débito, supostamente sem lastro. Parte das transações foi feita para outros investigados. Teve R$ 15 milhões bloqueados. Já a empresa sofreu bloqueio de R$ 2 milhões.
Mãe de Eduardo, é ligada à Estação do Seguro e declara ser corretora há 35 anos. É acusada de receber transações suspeitas do filho e de não declarar bens no seu nome. Teve R$ 1 milhão bloqueado.
Tia de Eduardo e sem participação societária em empresas, é acusada de movimentações bancárias não justificadas. Teve R$ 100 mil bloqueados.
Empresário de Curitiba (PR), é sócio da Pay Brokers, facilitadora de pagamentos que movimentou R$ 2,4 bilhões em apenas quatro meses. Também tem participação na Pixs Brasil Cobrança e Serviço, envolvido com transações para outros investigados. Teve R$ 50 milhões bloqueados. Já as empresas sofreram bloqueio de R$ 700 milhões.
Morador do Paraná e outro sócio da Pay Brokers, teve declarações de renda “incompatíveis” detectadas pela investigação. Teve R$ 50 milhões bloqueados.
Sócio da Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos Ltda, que é suspeita de movimentar R$ 128 milhões em créditos sem correspondência, e da BUP Sociedade de Crédito Direto SA, acusada de “operações fictícias” pela polícia. O nome do investigado foi incluído na difusão vermelha da Interpol. Teve R$ 30 milhões bloqueados. Já as empresas sofreram bloqueios de R$ 501 milhões.
Paraibana, também é sócia da Zelu e da BUP e teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol. Teve R$ 30 milhões bloqueados.
Sócio da Pix365 Soluções Tecnológicas e da J. M. J Participações Ltda, empresa que adquiriu bens de alto valor, em transações suspeitas, incluindo um helicóptero da Esportes da Sorte. Teve R$ 35 milhões bloqueados. Já as empresas sofreram bloqueios de R$ 160 milhões.
Esposa de José André, também é sócia da J. M. J Participações Ltda. É proprietária de uma BMW X6 M Competition, avaliada em R$ 1,1 milhão, e de outros três carros apreendidos na investigação. Teve R$ 35 milhões bloqueados.
Diretor da Esportes da Sorte e procurador do Jockey Club Cearense, recebeu depósitos bancários fragmentados, segundo a investigação. Teve R$ 500 mil bloqueados. O Jockey sofreu bloqueio de R$ 5 milhões.
Proprietário de bens imóveis e de dois veículos de alto padrão, aparece como depositante de R$ 350 mil, em espécie, para a Esportes da Sorte. Teve R$ 4 milhões bloqueados.
A influenciadora entrou na mira da polícia após adquirir por R$ 3,85 milhões uma Lamborghini Urus, importada pelo CEO da Esportes da Sorte. É suspeita de movimentar dinheiro na conta de filhos e de lavagem por meio de sorteios no Instagram e de contratos de publicidade com a empresa. Teve R$ 20 milhões bloqueados.
Mãe de Deolane, é suspeita de receber e repassar quantias incompatíveis com a sua renda, segundo a investigação. Teve R$ 3 milhões bloqueados.
[SAIBAMAIS]