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Da caixa de sapato ao Tribunal de Justiça: juiz diz que a adoção transformou a sua vida

Adotado, José Fernando Santos de Souza, de 64 anos, atua há mais de uma década na área de infância e juventude em Pernambuco

José Fernando Santos de Souza, de 64 anos, atua há mais de uma década na área de infância e juventude

 O juiz dedica-se à magistratura, após mais de uma década lidando com processos na área de Infância e Juventude nas cidades de Palmares e Caruaru, em Pernambuco. 
 
Ele descreve o trabalho como um "sacerdócio", refletindo a importância que atribui a cada caso que analisa, especialmente no que se refere à adoção. 

Para o ele, o seu papel vai além de decidir sobre adoções; ele se vê como um símbolo de esperança para jovens que aguardam uma família.
 
"Quando um garoto acolhido me disse que queria ser juiz, percebi que minha história pode inspirar outros a buscar um futuro melhor", contou emocionado. 

José Fernando foi criado por uma família simples, que lhe ensinou o valor da educação. 
 
Ele se formou em direito e, desde então, construiu uma carreira respeitada na magistratura. Ao longo de sua trajetória, atuou em várias áreas jurídicas e voltou a se concentrar em processos de adoção, que considera cruciais para a construção de lares acolhedores para crianças em situação de vulnerabilidade. 

"Não guardo mágoa da minha mãe biológica", diz ele. "Ela fez uma escolha difícil, mas que me proporcionou uma nova vida. Acredito que a adoção é uma forma de garantir um futuro melhor para crianças que, como eu, precisam de uma chance." 

O juiz expressa gratidão aos pais adotivos que o apoiaram e moldaram seu caráter. 
 
"Vivi em um lar cheio de amor, mesmo em meio a dificuldades financeiras. Isso é o que realmente importa", afirma. Hoje, casado e pai de três filhos, José Fernando espera que sua história ajude a quebrar estigmas em torno da adoção e inspire mais pessoas a considerar essa importante forma de formar uma família. 
 

Adoção no Brasil 

Conforme o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a adoção no Brasil passou por mudanças significativas nos últimos anos. Com a criação do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), a legislação agora exige que todos os processos de adoção sejam conduzidos de forma transparente e segura, garantindo os direitos das crianças e dos adotantes. 
 

SNA 

O Sistema Nacional de Adoção foi criado para facilitar a interligação entre tribunais e melhorar a segurança jurídica nos processos de adoção, permitindo o cruzamento de dados sobre candidatos e crianças disponíveis para adoção. 

Como adotar 

O processo de adoção no Brasil envolve algumas etapas principais. Primeiro, os interessados devem se inscrever no Sistema Nacional de Adoção (SNA) após completarem um curso de pretendentes. Com a aprovação do juiz da Vara da Infância e Juventude, iniciam um estágio de convivência com a criança ou adolescente. Após essa fase, o juiz emite a sentença que pode deferir ou não a adoção.   

A adoção direta, realizada fora do SNA, é permitida em casos específicos: adoção unilateral por cônjuge ou companheiro, adoção por parentes e adoção por famílias que não têm vínculo de parentesco, se existirem laços afetivos comprovados e a criança tenha mais de três anos ou esteja sob guarda da família adotiva.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco