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ENEM 2024: como estudar na última semana antes da prova

No próximo domingo (3), estudantes de todo o Brasil irão realizar as provas de redação, linguagens e ciências humanas. Professores compartilharam com o Diario orientações para os estudos na última semana antes do exame

Mais de 4,3 milhões de inscrições foram confirmadas no ENEM 2024, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).

A uma do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o vestibular mais importante do país, os mais de cinco milhões de inscritos registrados pelo Ministério da Educação (MEC) finalizam, nesta semana, a preparação para a maior avaliação educacional do Brasil, e a principal forma de ingressar no ensino superior. As provas serão aplicadas nos próximos dias 3 e 10 de novembro.

Nesse momento específico da preparação, é importante saber como estudar e o que fazer a tão pouco tempo do exame. No primeiro domingo de ENEM, os alunos são submetidos às provas de redação, linguagens e ciências humanas. O Diario entrevistou os professores Alex Inacio, de Redação e Língua Portuguesa, e Rodrigo Bione, de História, para reunir as melhores orientações para os estudantes.

Redação e Linguagens

Pensando no grande alvo de curiosidade e debates do primeiro dia de provas do Enem, a redação sempre é um tópico que necessita de atenção especial dos alunos na última semana de preparação para o exame.

O professor de redação Alex Inacio orienta como deve ser o preparo na semana que antecede a prova.

“Na última semana, o fera precisa apenas reforçar o que já sabe, revendo as dicas importantes passadas pelos professores nas últimas semanas. Por exemplo, as dicas de como fazer uma leitura eficiente da frase temática e os critérios determinantes para cada uma das cinco competências da prova são dois pontos cruciais na reta final”, ressalta o docente.

Alex também destaca a importância da confiança neste momento, como parte fundamental para que o aluno execute tudo o que aprendeu da maneira correta, enfrentando a ansiedade e o medo causados pela surpresa com o tema.

“O maior medo da maioria dos estudantes é cair um tema sobre o qual ele não tenha informações. É importante lembrar que os temas do Enem, embora sejam desconhecidos por um ou outro estudante, são sempre objetivos e relativos aos problemas sociais, ou seja, o estudante vai seguir a mesma dinâmica que usou o ano inteiro em seu treinamento, aplicando as técnicas e adaptando-as ao tema novo, que sempre vem explicado nos textos motivadores. Mas, para aqueles ansiosos, vale sim fazer leituras amplas por eixo temático de assuntos pouco abordados em seus estudos. Apenas a autossegurança pode combater o medo que vem pela frente. Então, o estudante deve se certificar do que ele deve ou não deve fazer acerca de cada competência, principalmente as das competências textuais, como C3 (argumentação), C2 (repertório) e C5 (propostas de intervenção). Isso vai fazer com que ele combata o próprio medo pela certeza que ele tem do que aprendeu”, aponta o educador.

“Cada estudante tem uma forma própria que lhe deixa mais seguro(a). O importante é não deixar a redação ou passar a limpo o texto por último. Que a etapa final da transcrição da redação não seja a última tarefa a ser feita. Os riscos, nessas circunstâncias, são maiores. No geral, vale uma sugestão: primeiro a redação, segundo a prova cujo peso é maior e, por fim, a prova cujo peso é menor”, adiciona.

Para a prova de Linguagens, o professor orienta os alunos a agir de maneira cautelosa em função do caráter interpretativo da prova para ter um bom desempenho.

“A dica é ter calma, não ter pressa e fazer a leitura atenta, com destaques às informações importantes, respondendo às questões com imagens primeiramente e ficar atento(a) ao comando das questões. Se, por exemplo, a questão pede “o objetivo do texto”, esse comando é diferente do “objetivo de um recurso utilizado”. Perceber esses detalhes faz toda a diferença em uma prova interpretativa. Por fim, vale a regra mais importante: o estudante deve procurar as questões que lhe são mais fáceis para responder a elas primeiro”, finaliza.

Ciências Humanas

Rodrigo Bione, docente de História, ressalta que a última semana de preparação para a prova de Ciências Humanas deve ser marcada pelo equilíbrio nos estudos.

“A última semana deve ser marcada por um equilíbrio. É tempo de aprender, sim, é tempo de tentar sanar aqueles conteúdos com mais dúvida. Em simulados passados que você fez, você pode identificar quais são esses conteúdos, mas também procurar distrair a cabeça, controlar a ansiedade e buscar locais de acolhimento. O acolhimento é uma coisa importante, um dos diferenciais para fazer uma boa prova do Enem é você se sentir abraçado pelas pessoas de quem você gosta, então você vai ter que procurar esses locais de segurança, mas também é tempo sim de aprender algo novo”, explica o historiador.

Rodrigo também destaca como a prova desenvolve o perfil conteudista e como o aluno deve utilizar este aspecto para ter um bom desempenho.

“É um erro de muita gente pensar que a prova não exige conteúdo, exige bastante. Exige porque muitas vezes o conteúdo não está explícito no texto da questão, como era antes. Antigamente era mais visível, hoje muitas vezes o conteúdo está com um plano de fundo, então às vezes não vai estar escrita coisa lá, mas o plano de fundo da questão exige um conhecimento de conteúdo e que você tem que identificar que conteúdo é esse, inclusive que está por trás”, afirma o professor.

"Um dos grandes desafios da prova de ciências humanas é saber que é uma prova muito extensa no dia de duas outras provas muito grandes também, que são as provas de linguagens e redação. Então, talvez o maior inimigo que exista para a maioria dos concorrentes seja justamente a gestão do tempo. O conteúdo permite responder às questões mais rapidamente, então se você ficar só na interpretação, você vai ter que ler o texto duas ou três vezes, e você não tem tempo para isso, literalmente. Se você fizer isso, você vai comprometer a prova de linguagens e redação, então o conteúdo permite responder às questões com eficiência, o que vai liberar tempo para redação. Fazer a prova de ciências humanas com conteúdo vai fazer com que você tenha mais tempo e também ajuda no repertório para redação", acrescenta o educador.

O professor também orienta sobre a questão do sistema de correção de Teoria da Resposta ao Item, o TRI. Ele também lista alguns pontos principais para fazer uma boa prova.

“Sobre o método para resolver a prova, é importante entender como funciona o TRI, porque exige uma coerência pedagógica. É muito comum que você veja gente depois da prova dizendo que o TRI foi cruel. Na verdade, isso mostra um desconhecimento do TRI. A gente quando vai preparar no curso as pessoas, a gente foca muito por conteúdo, foca muito em documentos e textos, mas também nesses métodos e no entendimento do que é a prova. O TRI é algo que vai fazer diferença na nota, então é uma união de algumas coisas que você tem que conhecer para fazer uma boa prova”, continua Rodrigo.

O docente cita cinco pontos-chave para fazer uma boa prova de ciências humanas no Enem.

  • Domínio do conteúdo;
  • Domínio do vocabulário técnico;
  • Domínio da interpretação dos textos e documentos sejam eles textos de pessoas contemporâneas ou textos mais antigos;
  • Domínio da ordem de comando (pergunta);
  • Entendimento de como funciona o TRI.

Reta Final

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou, no último dia 2 de outubro, em seu portal na internet, a Cartilha do Estudante para a redação. O material procura esclarecer dúvidas sobre critérios para uma redação bem qualificada no Enem, com informações sobre a matriz de referência da prova, e exemplos comentados de redações que receberam pontuação máxima (1.000 pontos) no Enem 2023.

Na última terça-feira (22), o Inep liberou o Cartão de Confirmação de Inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. O documento está disponível na Página do Participante e traz informações como o número de inscrição, data, hora e local de prova, além de registrar que o inscrito terá direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, se for o caso.

Apesar de não ser obrigatório, o Inep recomenda levar o cartão nos dias de exame (3 e 10 de novembro). Para acessar o documento, na Página do Participante, é preciso utilizar o login único da plataforma gov.br.

Números 

O número de inscritos para realizar as provas do ENEM, em Pernambuco, segundo o MEC, é de mais de 237 mil. Deste número, 169 mil inscrições foram gratuitas e 67.695 foram pagas.

O total de inscritos para o exame em 2024 supera os das últimas edições. Em 2023, o Enem teve 3,9 milhões de inscritos. Em 2022, cerca de 3,39 milhões de candidatos se inscreveram.

Mais da metade dos inscritos – cerca de 2 milhões e 750 mil – não precisou pagar a taxa de inscrição porque tiveram a solicitação de isenção aprovada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os concluintes, ou seja, aqueles que estão na última série do ensino médio, que irão disputar vagas pela primeira vez, correspondem a 1,6 milhão de inscritos, sendo que 1.333.069 inscrições desse grupo foram gratuitas e 283.537 foram pagas.
 
A nota do ENEM pode ser utilizada para concorrer a vagas em instituições de ensino superior públicas e particulares, como nos processos do SISU e do ProUni. Os resultados individuais também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que têm convênio com o Inep. Os acordos preveem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco