A Justiça autorizou, nesta quarta-feira (30), que a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) exponha temporariamente carros de luxo apreendidos na Operação Integration, que investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar.
A decisão, da juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), permite que veículos como Land Rover RRS P530 LE e uma Ferrari Purosangue sejam exibidos em ambientes internos da Delegacia Geral e em eventos institucionais da PCPE por sete meses.
No requerimento, a Polícia Civil argumenta que os carros de luxo não serão utilizados em ações rotineiras de investigação e que a manutenção será custeada pela polícia durante o período de sete meses.
De acordo com a Polícia, a “iniciativa visa não apenas a preservação dos bens, mas também um efeito pedagógico, mostrando à população, especialmente às crianças e adolescentes, a atuação da PCPE contra delitos de colarinho branco e a importância de inviabilizar financeiramente grupos criminosos”.
Para justificar o uso dos veículos, a PCPE afirmou que esse tipo de ação já é realizada por outras instituições, como a Polícia Federal.
Ao acatar integralmente o pedido, a juíza determinou que a Polícia Civil deve assegurar que os “veículos permaneçam em bom estado até a decisão sobre eventual confisco, alienação antecipada ou restituição.”
Sobre o uso dos carros para conscientização de crianças e adolescentes, a juíza destacou que “a educação é uma ferramenta poderosa de empoderamento. Jovens bem informados e preparados são mais propensos a buscar oportunidades de trabalho, a sem envolver em iniciativas sociais e a lutar por seus direitos e pelos direitos de outros”.
Por fim, a magistrada determinou que a autoridade de trânsito competente expeça o certificado provisório de registro e licenciamento para os veículos.
Apreensões de carros de luxo
A Operação Integration apreendeu dois helicópteros, lancha, carros de luxo, joias e até bolsas luxuosas. No dia 6 de setembro, uma Ferrari do modelo Purosangue foi apreendida. O veículo está avaliado em R$ 7 milhões e tem motor V12, podendo atingir até 310 quilômetros por hora.
Essa Ferrari foi o sexto carro de alto valor de mercado apreendido na operação. Os outros cinco veículos, incluindo um Rolls-Royce e uma Lamborghini, foram avaliados em R$ 24 milhões.
A compra à vista de uma Lamborghini, avaliada em quase R$ 4 milhões, teria sido um dos estopins da operação. A transação teria sido feita entre Deolane Bezerra, como compradora, e Darwin Filho, como vendedor.
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