INVESTIGAÇÃO
"Tem corrente elétrica nos postes da praça. Prefeitura, fiscalize! A fiscalização é alma de tudo", diz mãe de criança que morreu ao levar choque
O pronunciamento foi feito após a Polícia Civil concluir o inquérito na manhã desta quinta-feira (31)Publicado em: 31/10/2024 14:41 | Atualizado em: 31/10/2024 18:03
Esclarecimentos do caso (Foto: Malu Mendes/DP) |
Tássia Bandeira, mãe de Thomas Felipe que morreu ao levar choque elétrico em uma praça na Zona Oeste do Recife, fez um apelo após a conclusão do inquérito da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (31).
"Eu sei que não foi intencional, mas a pessoa assumiu o risco. Como que faz um negócio daqueles? Se sabe que está errado, não faça. Ainda faço um apelo, tem corrente elétrica nos postes da praça, Prefeitura fiscalize! A fiscalização é alma de tudo", desabafou Tássia, pedindo que o poder público reforce as inspeções em áreas públicas para prevenir tragédias semelhantes.
Mãe de Thomas (Foto: Malu Mendes/DP) |
Após vinte e nove dias de investigação sobre a morte de Thomas Felipe, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu o inquérito e indiciou duas pessoas por homicídio culposo, que é quando uma pessoa morre como consequência de uma ação ou omissão desatenta, sem a intenção de matar.
Foram indiciados o dono da empresa de instalação elétrica terceirizada pela gestão da Academia e o eletricista contratado pela empresa, que não realizou o procedimento de acordo com as normas técnicas necessárias.
Além disso, Tássia pede que a Prefeitura realoque a academia de ginástica para um local mais seguro e substitua os brinquedos metálicos por opções de madeira, visando minimizar o risco de novos acidentes.
"Eu sei que não posso tirar o direito das pessoas de ir e vir, mas, por favor, tire daquele local, em memória do meu filho, que morreu para salvar a vida de outras crianças. Eu sei que depois disso fiscalizações foram feitas em outras praças."
Thomas Felipe (Foto: Arquivo da família) |
Advogado questiona decisão judicial
Clevison Bezerra, advogado da família, contestou o parecer da Justiça sobre o caso. Segundo ele, a instalação elétrica feita na praça não atendia às normas técnicas e foi realizada sem um projeto adequado.
"Houve quatro vítimas: uma fatal e três com ferimentos leves. Isso não pode ser classificado como homicídio culposo. Essa instalação foi feita em lugar público, onde várias pessoas têm acesso, então era previsível que isso pudesse acontecer. Na minha visão, é um homicídio com dolo eventual, um crime em que o agente assume o risco de matar, mesmo sem intenção direta", argumentou o advogado.
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