Combate a crimes

Prejuízo de mais de R$ 40 milhões: MPPE deflagra ação contra sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em 3 Estados

Operação cumpre, nesta quarta (30), 19 mandados de busca no Sertão do Araripe. Alvo é empresa do polo gesseiro

Publicado em: 30/10/2024 08:56 | Atualizado em: 30/10/2024 08:59

MPPE deflagrou operação no Sertão  (Foto: Arquivo)
MPPE deflagrou operação no Sertão (Foto: Arquivo)
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deflagrou, na manhã desta quarta (30), uma operação de repressão qualificada no Sertão do Araripe, em Pernambuco.
 
A meta é combater sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
 
Esses crimes são atribuídos a um grupo empresarial do setor gesseiro, que não teve o nome divulgado.
 
Por nota, o MPPE informou que foram identificados prejuízos de mais de R$ 40 milhões ao Estado de Pernambuco.
 
Há, ainda,  indícios de movimentação de produtos incompatível ao declarado oficialmente na atividade econômica, indicativo de que a sonegação pode ser muito superior ao que foi apurado pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz-PE). 
 
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Pernambuco e em outros dois Estados.
 
Como é 
 
As ações da Operação Sertão Branco são executadas com o apoio do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de Pernambuco (CIRA).
 
Segundo o MPPE,  contam com participação da Diretoria de Operações da Secretaria da Fazenda (Sefaz), Procuradoria Geral do Estado (PGE-PE) e da Secretaria de Defesa Social por meio das Polícias Civil e Militar, além dos Grupos de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Minas Gerais e de São Paulo. 

Investigação
 
As investigações, conduzidas pelo Núcleo Integrado de Combate à Sonegação Fiscal do Gaeco do MPPE, indicam a ação de uma organização criminosa que tinha como prática empresarial reiterada a sonegação de impostos e o uso de "laranjas" ou "testas de ferro" para proteção dos reais beneficiários do esquema, dentre outras estratégias ilícitas.

A decisão do Juizo da Comarca de Ipubi autorizou a realização de buscas em diversos endereços, bem como o afastamento do sigilo de dados contidos em dispositivos eletrônicos e o sequestro de bens dos investigados.

Para além de retirar recursos que deveriam ser revertidos na melhoria dos serviços públicos essenciais, como saúde, educação e assistência social, a sonegação fiscal em larga escala é fator de desestruturação do mercado em razão de causar enorme desvantagem aos empreendedores que atuam conforme a lei.