Completando 100 anos de existência, a Avenida Boa Viagem, um dos principais cartões postais do Recife, é palco de diversas manifestações artísticas e culturais que movimentam milhares de pessoas ao longo do ano. A via chegou ao centenário no dia 20 de outubro com uma história marcada pela evolução urbanística e pela passagem de diversos eventos.
Ao longo de décadas, a avenida foi palco de inúmeros eventos históricos que marcaram a cidade e o estado, transformando-a não apenas em um ponto turístico, mas também em um símbolo de expressão popular, cultura e desenvolvimento urbano.
“A Avenida Boa Viagem tem muita história para contar. Além de sua beleza natural por conta do Oceano Atlântico, ela também tem momentos históricos. Ela tem um padrão importante, mas ela deveria ser muito melhor preservada para acompanhar o avanço do Recife”, comenta o cientista político Hely Ferreira.
Em comemoração ao centenário da Avenida Boa Viagem, o Diario de Pernambuco resgatou eventos históricos que já foram sediados na via ao longo destes cem anos.
O Recifolia foi um uma festa de Carnaval promovida fora de época na Avenida Boa Viagem entre os anos de 1993 e 2003, arrastando multidões de foliões. O evento foi idealizado por Carlos Eduardo Cadoca, quando ele era secretário do governador Jarbas Vasconcelos.
A festa teve seu começo com a presença de blocos como Beijoca com a Banda Beijo, liderada por Netinho, e o Bloco Maluco Beleza, com Chiclete com Banana e Ricardo Chaves.
O evento contava com um palco montado na praia, onde já passaram Cheiro de Amor, Chiclete com Banana e Forró Maior. Já cantaram no evento artistas de nível nacional, entre eles Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Araketu, além de Alceu Valença.
Ao longo dos anos participaram Banda Eva, inicialmente liderada pela musa do Axé Ivete Sangalo, Araketu, Carlinhos Brown, entre outros grandes sucessos da música baiana, mas também contava com a música pernambucana na presença de Alceu Valença entre outros artistas locais.
“O foco do Carnaval do Recife era a Avenida Boa Viagem e o Recifolia movimentou a capital por 10 anos, reunindo diversos artistas locais. Inclusive teve o Ver de Novo Verão, que contava com a presença de vários artistas”, destaca Hely Ferreira.
O Camburão da Alegria surgiu na década de 1990, quando um grupo de policiais, impedidos de participar das festas de Carnaval por estarem de serviço, decidiu criar um bloco exclusivo para comemorar e brincar o Carnaval após o fim dos eventos oficiais.
A festa foi crescendo a cada ano, passando a receber não só policiais e profissionais da segurança pública, mas também amigos, familiares e qualquer pessoa que quisesse continuar a folia carnavalesca.
Com isso, o evento cresceu e se consolidou no Carnaval pernambucano, atraindo uma multidão de foliões e promovendo um ambiente de união e descontração. A festa se tornou pública e aberta para turistas e recifenses. A Avenida Boa Viagem era o ponto de partida para o desfile.
Parada LGBTQIAP%2b
A Parada da Diversidade LGBTQIAP de Pernambuco, realizada na Avenida Boa Viagem, em Recife, é um dos eventos mais importantes da comunidade. Criado na década 2000, o evento foi idealizado como uma manifestação em prol dos direitos e da visibilidade das pessoas LGBTQIAP .
A 23ª edição da Parada, realizada em setembro deste ano, trouxe o tema "Vidas LGBT Importam! Fundamentalismo, machismo e racismo: Dói, Machuca e Mata!”. Em 2023, o evento atraiu cerca de 500 mil pessoas, de acordo com números divulgados pela Polícia Militar.
A festa começa com uma concentração no Parque Dona Lindu, com shows e performances, e depois inicia a passeata de trios elétricos pela orla de Boa Viagem.