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Grávida passou 12 horas em cárcere privado, sofrendo agressões com faca e martelo

Nos autos, uma testemunha relata que suspeita pulou algumas vezes sobre a barriga da vítima na intenção de matar o bebê


A grávida de 9 meses que sobreviveu a uma tentativa de homicídio em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, passou 12 horas em cárcere privado, sofrendo agressões com faca e martelo. Suspeita do crime, Jéssica Carla Tenório de Amorim, de 24 anos, que era amiga da vítima, 28, identificada como Maria Natália, foi presa em flagrante. 

O Diario de Pernambuco teve acesso ao boletim de ocorrência, depoimento de testemunhas e interrogatório de Jéssica. 

Nos autos, uma testemunha relata que a suspeita pulou algumas vezes sobre a barriga de Natália na intenção de matar o bebê.

A gestante foi atingida na cabeça, pescoço, barriga e braço. 

Além disso, a agressora teria dito à vítima que “a mataria devagar, e que retiraria seu filho com ela ainda viva para testemunhar”, de acordo com o depoimento de uma testemunha. Jéssica foi autuada por lesão corporal, tortura e sequestro e teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia.

Maria Natália foi socorrida para o Hospital Agamenon Magalhães, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, e recebeu alta na tarde desta quinta-feira (13). Ela não precisou passar por um parto de emergência.

“Milagre de Deus” 

À TV Guararapes, a vítima afirmou que, por volta das 7h da segunda-feira (12), foi atraída por Jéssica para a casa da agressora, que a chamou prometendo presenteá-la com peças de enxoval.

“Eu estava na clínica de alto risco para acompanhar o estado do meu bebê e a minha pressão arterial. Ela (Jéssica) chegou dizendo: ‘Olha, a menina ligou e deixou o seu enxoval lá em casa, bora buscar’. Eu fui com inocência, sem saber o que ia acontecer”, disse.

Segundo ela, as agressões aconteceram de repente. “Na hora que a gente ia saindo para a casa da sogra dela, ela fechou as portas e botou um pano na minha boca e no meu rosto. Eu senti logo a facada no meu pescoço”, descreveu.

“Eu pedi: ‘Para, Jéssica, eu tenho dois meninos para criar, tem uma menina de 9 anos e tem um menino de 3 anos. Não faz isso, não, pelo amor de Deus, deixa eu ir embora’. E a gente lutando”, disse. 

“Ela enforcou meu pescoço, eu em cima dela também, foi por volta de 17h horas. Ela deu a primeira martelada do lado direito da cabeça. Eu caí. Na hora que ela deu a outra, eu segurei a mão dela e a gente caiu junto”.

Jéssica ainda teria usado o celular de Natália para se comunicar com parentes dela, por meio de mensagens de aplicativo, para que ninguém desconfiasse de nada. “Ela ficou ligando para minha mãe, mandando mensagem para minha mãe”, afirmou.

“O marido e o sogro dela arrombaram a porta e me salvaram. Ali foi um milagre de Deus, porque senão eu já estava enterrada a 7 palmos de terra e ela com o meu bebê no braço”, declarou. “Eu perguntava e ela ficava totalmente calada, por cima de mim, batendo. E eu dando chute. Ela disse só dizia: ‘Calma, eu vou deixar você ir’”, complementou.

Na delegacia, Jéssica ficou em silêncio e não respondeu às perguntas da polícia no interrogatório. Ela foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina Bom Pastor, na Zona Oeste da capital pernambucana, onde segue sob custódia.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco