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Protesto de pescadores e quilombolas fecha rodovia PE-60
Bloqueio começou às 6h e só foi desmontado depois do meio-dia, nesta segunda (4)
A rodovia foi bloqueada às 6h e só foi liberada às 12h30.
Pela “sua liberdade de pescar”, os protestantes criaram uma Carta de Reivindicações.
Com cinco exigências, eles pediram o comprometimento em não remover nenhuma família da Ilha das Mercês e que sejam deixadas de lado as ações de reintegração de posse contra moradores do Quilombo e demais territórios.
Isto porque, segundo o grupo, os moradores da comunidade sofrem constantemente ameaças de desejo, em um projeto da Suape com a Universidade de Pernambuco que propõe a “realocação” completa do Quilombo. “Mas que, na verdade, significa um ataque à memória do nosso povo”, afirmam.
O grupo pediu, ainda, que o porto de Suape “não realize dragagens no verão, período mais prejudicial ao ecossistema marinho, obedecendo à determinação da Justiça Federal”.
Os manifestantes afirmaram que as dragagens, realizadas há mais de dez anos, estão “destruindo os ecossistemas marinhos, depositando sedimentos em área de manguezais (o “bota-fora”) e assoreando todo o litoral do Cabo do Santo Agostinho e de Ipojuca”.
A área da comunidade foi desapropriada pelo Governo de Pernambuco em 1992 para a empresa pública Suape, que a definiu como zona industrial.
Em 2016, o Quilombo Ilha de Mercês foi certificado pela Fundação Palmares e está em processo de titulação pelo Incra desde 2017.
Suape
Em nota, a direção da estatal portuária afirma ter um canal aberto de negociação com os representantes legais dos pescadores e da comunidade. Disse, também, que sempre se colocou à disposição para a realização de encontros presenciais que resultam em acordos benéficos para as partes envolvidas.
Sobre as reivindicações dos pescadores, a Suape informa que os 89 trabalhadores que tiveram seu auxílio negado, “não conseguiram atender aos requisitos mínimos acordados entre as partes para recebimento do benefício, fato este que resultou no protesto”.
Já sobre o projeto de realocação, a Suape afirma que a execução da iniciativa Raízes em Movimento é um projeto de realocação e preservação cultural dos remanescentes da Ilha de Mercês, projeto este que conta, inclusive, com representantes indicados pela comunidade.