VULNERABILIDADE

Saiba se sua cidade está preparada para enfrentar enchentes e deslizamentos; confira ranking do TCE-PE

Segundo o tribunal, Olinda está entre as cidades mais vulneráveis e se destaca como prioridade no enfrentamento a desastres naturais

Publicado em: 07/11/2024 14:15 | Atualizado em: 07/11/2024 14:20

 (Marina Torres/DP)
Marina Torres/DP
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) divulgou um relatório, nesta quinta (7), revelando um panorama preocupante sobre a capacidade dos municípios do Estado para enfrentar desastres naturais, como enchentes e deslizamentos. 
 
De acordo com o levantamento, 76% das cidades pernambucanas ainda não estão preparadas para responder de forma adequada a esses acidentes naturais.
 
Uma das preocupações é Olinda, no Grande Recife, que está entre as prioridades para ações emergenciais. 

Jesce Borges, auditor de controle externo do TCE-PE, explicou que o relatório visa analisar a "preparação e a capacidade de resposta do município". Segundo ele, o levantamento fornece uma visão geral sobre a gestão de risco em Pernambuco e deve servir como um guia para orientar os municípios sobre como enfrentar desastres de forma eficaz.  

“É um relatório que não fala exatamente sobre o quanto os municípios são suscetíveis a desastres, mas sim o quanto eles conseguem agir mediante a um desastre", esclareceu Jesce. 
 
Ele acrescentou que, além de ser uma base de conhecimento para as cidades, o relatório também visa promover a conscientização sobre a importância de uma resposta eficaz a desastres. 

O cenário de Pernambuco reflete uma situação nacional: cerca de 70% dos municípios brasileiros ainda estão nas fases iniciais de proteção e preparação para desastres. 
 
Em Pernambuco, esse índice chega a 76%, indicando que grande parte das cidades precisa avançar para garantir a segurança de seus cidadãos. 

Entre as cidades analisadas, Olinda se destaca negativamente. Alfredo Montezuma, gerente de estudos e suporte à fiscalização do TCE-PE, destaca que Olinda enfrenta o desafio de ser uma cidade com muitos problemas típicos de grandes centros urbanos, mas com uma arrecadação de recursos proporcionalmente baixa.  

“Olinda gera pouca receita própria e praticamente não tem indústrias. Como se costuma dizer, Olinda é uma cidade-dormitório, com uma população flutuante, áreas alagáveis e um grande adensamento populacional", observou Alfredo. Ele ressaltou que, apesar de ser uma cidade com dificuldades financeiras, isso não é justificativa para a falta de preparação. 

Olinda já foi palco de eventos desastrosos no passado. Em 2016, um alagamento na região do Canal do Fragoso resultou em grandes perdas para a população local, incluindo vidas. 
 
O gerente de estudos apontou que, mesmo após essa tragédia, o município não implementou mudanças significativas em sua estrutura de resposta a desastres. "Não há uma desculpa aceitável para isso. É compreensível a situação, mas não é aceitável", reforçou. 

O Recife também foi mencionada no levantamento e, diferentemente de Olinda, possui uma estrutura mais robusta de resposta devido aos seus recursos financeiros mais amplos. “Recife é uma cidade com mais recursos, então a gente normalmente espera que ela tenha a melhor estrutura entre os municípios pernambucanos”, comentou Alfredo. 

Ranking dos municípios: 

 
 
 
 
Indicadores: 

Verde: Maior capacidade de resposta 
Amarelo: Capacidade de resposta em estado intermediário 
Laranja: Capacidade de resposta em estado inicial 
Vermelho: Menor capacidade de resposta