Nascida em Arcoverde, Pally Siqueira foi surpreendida em duas situações nos últimos anos. Recebeu uma ligação de Cláudio Assis para fazer um teste para o longa-metragem Big jato (2015). Foi aprovada e resgatou um sonho antigo de criança: ser atriz. Em outro momento, quando foi ao Projac para fazer um cadastro, estava almoçando no restaurante do local, quando foi abordada pelo diretor Jorge Fernando. Ele queria saber de um desenho que se encontrava sobre a mesa e a convidou para ilustrar algumas obras que, na ficção, eram de autoria de Caíque (Sérgio Guizé) em Alto Astral.
[SAIBAMAIS]Nesta segunda-feira, a artista plástica e a atriz, de 23 anos, estreia a primeira novela da carreira. Aos 23 anos, ela será Bárbara, uma cantora de funk. "Sempre perguntam se em Pernambuco não toca funk. É tão natual deles, que acham que todo mundo ouve. Todas as festas tocam", comentou, em entrevista ao Viver. Na novela, ela faz parte do núcleo de Aílton Graça, Felipe Simas, Marina Ruy Barbosa, Malu Galli e Lellezinha do Pacinho. A atriz fará par romântico com o também estreante Juan Paiva.
"A única dificuldade que encontrei é ficar longe da minha família e amigos. Você quer uma voz amiga por perto, um sotaque gostoso e não tem", disse.
Você sempre quis ser atriz?
era um sonho de criança, mas ele foi apagado um tempo por conta da vida. a vida muda de caminho varias vezes. era so um sonho de criança. nada demais. nunca fiz teatro profissional.
Como foi seu começo?
Foi em Big jato. Uma amiga minha mostrou uma foto minha para Claudio Assis. Ele tinha feito testes com milhares de meninas, mas não encontrava a certa. Ele e Camila (produtora) gostaram do meu perfil e me convidaram para fazer o teste. Isso caiu no meu colo. Bati o texto de duas cenas no escritório Perdidos de ilusão. Eles me deixaram muito à vontade e foi muito trabalho. Eu fui sem expectativa nenhuma. Pensei: “vou fazer só por fazer”. Acho que esse desprendimento pode ter ajudado. Quando você não vai com peso, expectativa demais, as coisas funcionam melhor.
O que aprendeu com a experiência?
Maeve Jinkings foi a preparadora de elenco. Primeiro eu aprendi a me afirmar, a me ver como indivíduo diante de todos, a me conhecer… Ela é incrível. Matheus Nachtergaele e Marcélia Cartaxo também foram meus mestres.
Como chegou na Globo?
Assim que terminei o filme, fiz um curta em Pernambuco, chamado Irma, de Lorena Arouche e Camilla Lapa. Ainda está sendo finalizado. É tipo um “bang bang” nordestino; É a história de Lampião, só que contada por uma mulher. Depois do filme, fui fazer um cadastro de vídeo na Globo. Fiz uns dois meses depois. O diretor de arte de Big Jato, Ananias, tinha falado de mim para produtora de elenco de Malhação, Marcela Bergman. Ela entrou em contato comigo. Fiz o teste, mas fui chamada para Totalmente demais.
Mas antes alguns dos seus desenhos foram exibidos em Alto astral…
No dia do cadastro, eu estava sentada na mesa no restaurante. Tinha um desenho pronto em cima da mesa. Jorge Fernando passou, viu e me chamou para fazer uns freelas. Ele perguntou quem tinha feito e me chamou para conversar. Ele falou o que queria. Era um trabalho com outros ilustradores envolvidos. Foi muito legal. Ver um desenho seu na televisão! Eu desenho desde que eu me entendo por gente. Minha mãe sempre me incentivou a isso. Ela é empresaria, mas também desenhava. Recentemente, eu dei para ela a primeira tela para ela testar. Ela me deu a primeira tela no Natal de 2003. Agora estou retribuindo.
Qual será a sua personagem em Totalmente demais?
O nome dela é Barbara. Ela é a mais bonita do colégio. Todos os meninos são a fim dela, mas ela é meio venenosa. É funkeira da Curicica. Achei maneiro colocarem uma pernambucana para fazer uma funkeira carioca, porque normalmente a gente é bem estereotipado. Acho que esses estereótipos têm diminuído. A TV tem mudado bastante. A pegada da novela é de cinema. Câmera na mão, coloração diferente. É uma novela bem legal. Eles estão conseguindo quebrar esse lado estereotipado. O mundo tem feito com que mude. Fiz bastante fono. Fui para baile funk. É um universo muito novo e muito grande. A sensação que tenho que é o funk tão natural no Rio de Janeiro, que já pertenci a isso.
Quais são suas primeiras impressões em uma novela global?
Não fico deslumbrada por estar em uma novela da Globo. Não tenho isso “Oh, estou na globo”. É um trabalho como um outro qualquer. A diferença é a exposição maior, mas estou fazendo o que gosto. Não consigo ter esse deslumbre, essa magia que muita gente tem. Ser artista não é só luxo e glamour. É uma profissão bem difícil, de muita ralação, muito trabalho. Às vezes, a gente chega às 9h, sai de meia-noite e só grava uma cena.
NÚMEROS
2
Filmes
1
Novela
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