Cinema
Até Que a Sorte Nos Separe 3 faz referências a Eike Batista, Lavo Jato e Dilma
Terceiro filme da franquia tem o maior lançamento de um título nacional
Por: Mariana Peixoto - Estado de Minas
Publicado em: 24/12/2015 13:24 Atualizado em: 24/12/2015 12:02
Foto: Gabriel Borges/Divulgação |
O ator Leandro Hassum ganhou espaço com a televisão e não nega isso. Hoje, um dos maiores chamarizes de público do cinema nacional faz na tela grande o que o consagrou na pequena (no caso, o humorístico Zorra total). Personagens histriônicos com um humor infantilizado que fazem piadas rápidas, interpretadas por vezes de forma histérica e muito pautadas no cotidiano. Milhões morrem de rir, como comprovam os números de suas bilheterias, sempre na casa dos sete dígitos.
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Maior estreia na história de um filme nacional, Até que a sorte nos separe 3 – A falência final, longa que encerra a trilogia iniciada em 2012, leva uma questão micro para o macro. Com 70 quilos a menos, Tino, depois de quebrar por duas vezes, quebra o Brasil. Novamente, a comédia é dirigida por Roberto Santucci, em codireção com Marcelo Antunez.
Na narrativa, Tino sustenta sua família – a mulher, Jane, interpretada por Camila Morgado, e os três filhos – como ambulante nas ruas do Rio de Janeiro. Um dia, é atropelado. Acorda do coma sete meses mais tarde e descobre que seu algoz (que na verdade não tem culpa alguma do atropelamento) pagou todas as despesas de hospital. Mais: é um garotão bem de vida, filho “apenas” do homem mais rico do Brasil e que está apaixonado por sua filha, Teté (Júlia Dávila).
EMPREGÃO
A vida, mais uma vez, parece ter sorrido para Tino, que de uma hora para outra consegue um empregão no mercado financeiro. Logicamente, como ocorreu nos títulos anteriores – no primeiro ele havia ganhado na loteria; no segundo, uma herança – ele vai colocar tudo a perder. Não é preciso fazer muito esforço para saber como a história vai se desenrolar.
Só que, diferentemente dos dois primeiros filmes, neste a narrativa brinca com a realidade brasileira. O próprio Hassum tem chamado o roteirista, Paulo Cursino, de Nostradamus. Isso porque o roteiro ficou pronto há um ano, quando a crise ainda estava longe dos níveis atuais.
De certo modo, Até que a sorte 3 pende mais para a tragicomédia. Temos de um lado o homem mais rico do Brasil, Rique Barelli (Leonardo Franco), que tem um carrão no meio de sua casa, é proprietário de uma empresa cuja sigla termina com a letra X e tem uma mulher-troféu. Ela é Malu de Carmo (Emanuelle Araújo), ex-modelo com passagens por revistas masculinas que anda com uma coleira no pescoço com o nome de Rique. O filho (Tom, papel de Bruno Gissoni), como já dito, atropelou Tino.
O ex-bilionário Eike Batista não deve estar muito feliz com a paródia feita em cima dele. Tampouco a presidente Dilma, aqui vivida por Mila Ribeiro, que já a interpreta nos palcos no espetáculo Terça insana. Ainda que o roteiro já esteja pronto há um ano, as filmagens foram realizadas em setembro. Então as piadas são bem atuais. Tino e Rique, por exemplo, encontram-se com a presidente dando umas pedaladas numa bicicleta ergométrica. Na mesa de seu gabinete, há uma mandioca. Até mesmo o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, condenado em maio pela Operação Lava-Jato, aparece na história, em interpretação do veterano Bemvindo Sequeira.
Para Hassum, não é uma questão de debochar do momento atual. “A comédia, de uma maneira geral, sempre foi utilizada como uma forma de crítica. Estamos rindo bastante com a história, ainda que o momento atual seja muito triste, em todas as esferas. Nossa intenção foi suavizar isto com humor.” Cabe ao público fazer sua própria leitura.
Confira o desempenho dos filmes de Hassum no cinema
Até que a sorte nos separe (2012)
3,43 milhões de espectadores
Até que a sorte nos separe 2 (2013)
3,98 milhões de espectadores
Vestido pra casar (2014)
1,22 milhão de espectadores
O candidato honesto (2014)
2,28 milhões de espectadores
Os caras de pau em o misterioso roubo do anel (2014)
1,89 milhão de espectadores
* Apenas filmes protagonizados pelo ator
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