Não dá para a gente dizer que a primeira temporada do MasterChef Brasil teve um nível superior à segunda. Mas pelo menos no especial de Natal do reality, a equipe liderada por Elisa Fernandes (vencedora da primeira edição) saiu campeã do primeiro desafio Batalha das Temporadas.
O episódio - exibido na noite desta terça-feira pela Band - foi um verdadeiro presente de fim de ano aos fãs do reality show gastronômico, pois trouxe de volta à cozinha do programa parte dos participantes mais queridos do público. Com um clima de festa, muito mais leve, o especial teve os jurados ranzinzas que tanto gostamos e vários foras - nos participantes e até nos chefs!
O desafio era, em três horas, preparar um menu natalino de cinco etapas. O clima era muito mais descontraído, pois não haveria eliminados. O que estava em jogo era uma causa nobre. A equipe campeã brindaria uma instituição de caridade com o prêmio de R$ 30 mil, enquanto o outro time levaria R$ 20 mil para ajudar outra organização carente.
Vencedora da primeira temporada do MasterChef Brasil, Elisa Fernandes liderou a equipe azul, formada por Cecília, Helena, Lúcio, Martin e Mohamad. O grupo levou a melhor e presenteou a Casa Hope, que cuida de crianças à espera de um transplante de medula óssea. Do outro lado, estava a campeã da segunda edição, Izabel Alvares, comandando a equipe vermelha, com Jiang, Raul, Fernando, Lucas e Murilo. Eles não venceram o desafio, mas arrecadaram um prêmio de R$ 20 mil para a Tucca, uma instituição para crianças e adolescentes com câncer.
O desafio
O chef convidado Viko Tangoda, especializado em grandes banquetes, definiu o cardápio de degustação natalino - com duas entradas, dois principais e uma sobremesa. Cada prato ficaria sob responsabilidade de um dos integrantes, que poderia ser ajudado pela capitã na finalização. Para a escolha, o voto de 18 convidados - entre eles, cantores como Maria Gadu e Chico César, os apresentadores Edgard Picolly e Renata Fan e o skatista Bob Burnquist - valeria um ponto. O chef Viko Tangoda valeria outro ponto. E o voto final seria do trio de jurados Paola Carosella, Eric Jacquin e Henrique Fogaça.
Por meio de sorteio, a equipe azul ficou com o primeiro menu: Vieiras grelhadas (Cecília), Salada de bacalhau com grão de bico (Helena), Ravioli de lagostim e damasco (Mohamad), Involtin de peru com parma e arroz de castanhas (Lúcio) e Bolo de nozes (Martin). O menu da equipe vermelha foi Camarão com espuma picante (Murilo), Cuscuz marroquino (Raul), Aligot de mandioquinha com galinha d'angola (Lucas), Pernil de cordeiro com figos glaceados (Fernando) e Pican pie (Jiang).
Por mais que estivéssemos esperando as duras críticas dos jurados, foi divertido ver a dinâmica na cozinha, que estava uma festa só, com direito às clássicas brincadeiras de Raul, a desorganização de Mohamad e Jiang sempre atrapalhada com a língua portuguesa. Algumas personalidades, no entanto, mudaram com o passar dos meses. Participante mais cabeça dura da segunda edição, Fernando começou a escutar os conselhos dos colegas e dos chefs (inclusive, voltando atrás no preparo do cordeiro depois de receber um toque de Paola) e se acabou em lágrimas ao ter o esforço reconhecido por Henrique Fogaça.
Elisa, no entanto, foi a que demonstrou mais amadurecimento. De garota frágil e insegura ao longo da primeira edição, ela mostrou ter punho forte ao comandar uma equipe - característica que deve ter conquistado depois do curso de gastronomia na escola Le Cordon Bleu de Paris (prêmio do reality) e os estágios em restaurantes estrelados da Europa.
Ela, literalmente, mostrou quem liderava a cozinha, seja dando carões em Mohamad ou um fora em Eric Jaquin. Quando foi questionada pelo chef porque colocou Martin para preparar a sobremesa ao invés de Cecília (que conhecia a receita do bolo de nozes), Elisa respondeu na lata: "Porque eu decidi assim e quem comanda a equipe sou eu!", recebendo aplausos dos colegas, Paola, Fogaça e Ana Paula.
O fora do ano
Paola, inclusive, estava inspirada nas críticas. Soube elogiar quando necessário - ela disse que o cuscuz marroquino de Raul havia sido o melhor que ela havia provado na vida - e não poupou o ravióli de Mohamad: "A massa está grossa e crua e o recheio do lagostim está passado do ponto". Mas foi o embate da chef com o briguento Lucas que rendeu um dos melhores momentos na história do programa.
Como muitos fãs devem lembrar, Paola se acabou em lágrimas quando Lucas foi eliminado na segunda edição do MasterChef. Para ela, o rapaz era um dos concorrentes mais talentosos e até ofereceu um estágio para ele em uma de suas cozinhas. O que muita gente não sabe é que Lucas nunca deu um retorno para a chef e ainda arrumou um outro estágio, num restaurante concorrente, da chef Bel Coelho.
Depois de provar o prato de Lucas, reclamou que o molho não tinha gosto e nem consistência e a galinha d'angola parecia "um patê de nada". "Mas, independente do seu prato, Lucas... Quando alguém te faz um convite, se você não vai trabalhar, pelo menos pega o telefone e liga para avisar. Eu abri uma vaga no meu restaurante e te dei todas as condições iguais às dos meus outros funcionários. E você nem para fazer uma ligação...". Quando Lucas foi argumentar, Paola fez um simples gesto para ele ficar de boca calada. E foi-se aí o melhor momento do especial de Natal!
Nova chefe de Lucas, a chef Bel Coelho deu oportunidades de trabalhos a outros ex-participantes do MasterChef Brasil, como Martin, o casal Helena e Lúcio, além de Lucas. A atitude recebeu até uma alfinetada de leve de Henrique Fogaça.
Festa
Elisa Fernandes era só sorrisos depois de ganhar o desafio: "Eu adorei o convite. Estou morando na França e vim para cá só para isso. É sempre muito bom voltar para o estúdio, rever o pessoal. Qualquer relação que eu tiver com o programa vai ser sempre muito querida", afirmou. "O programa foi um divisor de águas na minha vida, me transformou de verdade. E eu fiquei muito feliz por fazer parte disso de novo e fiquei muito emocionada de voltar a cozinhar com os meus amigos. Não em um clima de competição, mas com vontade de fazer bonito. É claro que queríamos ganhar, mas estávamos ajudando uma instituição. Qualquer equipe que ganhasse seria bom, porque era para uma causa bem maior", comentou em entrevista ao portal da Band.
Segundo Izabel, competir com outra equipe não trouxe um clima de animosidade entre os cozinheiros. "Eu sinceramente não pensei no outro time como adversário, mas sim como pessoas que viveram a mesma experiência que meus colegas e nos juntamos para fazer algo legal. O clima foi muito mais de festa do que de competição", disse.
"É claro que durante a prova a gente acaba esquecendo que a outra equipe estava ali, mas no final das contas foi uma experiência muito positiva. Elisa era uma pessoa que eu queria muito conhecer, conversar e absorver o máximo de histórias. Afinal, eu vou fazer a mesma coisa que ela", completou, se referindo à viagem para França, para estudar na Le Cordon Bleu. E Elisa só reforçou a parceria: "Te espero lá em Paris, Izabel!".
As inscrições para a terceira temporada do MasterChef Brasil já estão abertas no site da Band. O programa está previsto para abril, com 25 episódios, o mesmo time de jurados e a apresentação de Ana Paula Padrão.
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