Livros
Graças à fantasia: livro de Renan Carvalho entra no ranking dos mais vendidos na Amazon
"Eu esperava ter bons resultados, pois trabalhava para isso, mas acho que eles acabaram vindo antes do que eu previa", disse o paulista
Por: Marcela Assis - Diario de Pernambuco
Publicado em: 22/12/2015 20:01 Atualizado em: 23/12/2015 17:02
O escritor vendeu os direitos de "Supernova" para a realização de uma série animada. Foto: Novo Conceito/Divulgação |
Entre uma brincadeira e outra, Renan Carvalho imaginava histórias protagonizadas pelos bonecos que colecionava. Quando gostava da criação, pegava um papel para registrar e ilustrar as aventuras que, até então, estavam presas na mente. Enquanto outras crianças cresceram e deixaram as fantasias da infância adormecidas, o escritor fez delas a série de livros Supernova. Hoje com 29 anos, o paulista deu vida a personagens como Leran e Tlavi e se tornou um dos representantes brasileiros da literatura fantástica. Com O encantador de flechas (Novo Conceito, R$ 7, 45 o e-book na Amazon), conquistou espaço na lista das 10 publicações mais vendidas na categoria Ficção científica distópica da Amazon em dezembro. O título chegou a ocupar o topo do ranking, superando sucessos como Convergente e Insurgente, de Verônica Ruth.
Saiba mais...
Autor de A Batalha do Apocalipse, Eduardo Spohr autografa novo livro no Recife
Divulgados os atores que viverão Harry, Ron e Hermione na peça tida como o oitavo "livro" de Harry Potter
Primeiro trailer de Animais Fantásticos resgata magia do universo Harry Potter
Amazon abre primeira loja física nos Estados Unidos
Harper Lee lidera vendas de livros em 2015
Bastaram três anos para que O encantador de flechas fosse relançado pela editora Novo Conceito e tivesse a continuação, A estrela dos mortos (R$ 16,90), publicada. "Esse era um grande sonho: achar uma editora que apostasse no meu trabalho tanto quanto eu. Quando recebi o convite da minha editora atual, fiquei muito contente, pois sabia que meu trabalho estava sendo reconhecido no mercado".
A paixão do paulista por temas fantásticos ganhou força através da leitura das histórias repletas de magia do bruxo Harry Potter. “Ele [Harry Potter] estará sempre no repertório de um escritor de fantasia”. Às vezes, o mundo real, diante dos olhos atentos do escritor, é visto como uma tela em branco para narrativas tão surreais quanto as vividas em Hogwarts. “Tenho ideias para personagens e cenas observando as pessoas no cotidiano. Acho que quanto mais usamos as coisas que acontecem conosco para contextualizar histórias, mais próximos dos leitores elas estarão e mais empatia irão gerar”.
Saiba mais...
Autor de A Batalha do Apocalipse, Eduardo Spohr autografa novo livro no Recife
Divulgados os atores que viverão Harry, Ron e Hermione na peça tida como o oitavo "livro" de Harry Potter
Primeiro trailer de Animais Fantásticos resgata magia do universo Harry Potter
Amazon abre primeira loja física nos Estados Unidos
Harper Lee lidera vendas de livros em 2015
>>O encantador de flechas
A população da cidade Acigam vive isolada em uma ditadura. Nesse cenário, uma guerra civil está prestes a acontecer entre a Guilda, um grupo que faz uso da ciência das energias na defesa dos direitos da sociedade, e os soldados do poder. Após descobrir o envolvimento da família no conflito, Leran se viu destinado a entrar na disputa.
>>A estrela dos mortos
Leran fica perdido após ir embora de Acigam em busca de alguém que pudesse ajudar a irmã, Luana, a controlar os poderes dela. Nessa jornada, ele enfrenta novos desafios e encontra aliados. Enquanto isso, Tlavi, a Estrela da cura, tenta desvendar alguns mistérios.
>>O escritor
Renan Carvalho é formado em Marketing pela Universidade de São Paulo. Apesar da carreira de escritor, o paulista não abriu mão da formação e hoje vive uma jornada dupla. “Não vieram aqueles questionamentos que alguns colegas escutam: ‘Escritor? Não vai morrer de fome?’ No começo, é claro, todos acharam que era um hobby”, lembra.
>>Entrevista
Seu livro Supernova: o encantador de flechas chegou a ocupar o topo da lista dos mais vendidos na categoria Ficção Distópica da Amazon. A que você deve esse sucesso?
São vários fatores. Nada é de uma hora para outra. Venho divulgando a série há mais de três anos e tenho investido bastante tempo no projeto, procurando sempre novas formas de atingir mais leitores. Desde que foi lançado em 2013, o Encantador de Flechas foi angariando público, e muitos se interessaram pelo livro, mas ainda não tinham tido a oportunidade de lê-lo. Nessa semana, depois de uma promoção bacana com o E-Book, as vendas explodiram, pois vários daqueles que ainda não tinham comprado aproveitaram. E isso levou o livro ao topo da lista de distopia, o que para mim é um resultado fantástico, principalmente por superar títulos estrangeiros que lideravam a categoria há muito tempo.
O livro foi lançado inicialmente de forma independente, mas, mesmo assim, alcançou bons resultados. Você esperava por isso?
Desde que decidi ser escritor, eu sempre me dediquei bastante. Acredito que, como qualquer profissão, se você trabalha duro e se esforça, você colhe resultados cedo ou tarde. Eu esperava ter bons resultados, pois trabalhava para isso, mas acho que eles acabaram vindo antes do que eu previa, principalmente com relação ao carinho e à aceitação do público, que abraçou a história de uma forma incrível. Não imaginava que escritores tivessem tanta relevância para jovens leitores.
Como foi despertar a atenção de editoras conhecidas por publicar títulos de sucesso?
Esse era um grande sonho: achar uma editora que apostasse no meu trabalho tanto quanto eu. Quando recebi o convite da minha editora atual, fiquei muito contente, pois sabia que meu trabalho estava sendo reconhecido no mercado.
Você costumava escrever na infância? O que te motivou a trabalhar com isso?
Sim, não livros, é claro, mas eu criava histórias com meus brinquedos e tentava registrar isso em desenhos e pequenos textos. Além disso, na adolescência eu joguei bastante RPG e com isso escrevi páginas e páginas de cadernos com aventuras de personagens que eu inventava para jogar com os amigos. A motivação para de fato escrever um livro veio quando eu fiz intercâmbio e vi como a literatura era extremamente relevante nos Estados Unidos (algo que está melhorando muito no Brasil, mas que é ainda incipiente, se comparado a outros países). Pensei que minha paixão por histórias, livros e desenhos fosse também um dom. Então resolvi colocar no papel uma das aventuras que eu tinha em minha cabeça há anos e nasceu o Encantador de Flechas.
Sua família sempre te apoiou?
Minha família deu total apoio. Todos eles. Eu sempre trabalhei, sou formado em marketing pela USP e até hoje exerço a profissão. Portanto, não vieram aqueles questionamentos que alguns colegas escutam: "Escritor? Não vai morrer de fome?" No começo, é claro, eles acharam que era um hobby. Mas quando a coisa começou a ficar séria, eles ficaram tão empolgados quanto eu.
O que você acha que mais desperta a admiração dos leitores nos seus livros?
O legal dos livros é que eles despertam coisas diferentes em cada pessoa. No meu caso, muitos leitores elogiam bastante a narrativa que os mantém presos na história. Outros gostam das cenas de ação e da aventura. Outros ainda preferem os personagem e a forma como eles são "humanos", errando e acertando para chegar aos seus objetivos. Mas acho que um ponto bastante comentado é a ambientação da história. Um mundo diferente que traz mitologia, ciência e vários aspectos que enchem a mente dos leitores e os fazem imaginar o que acontece e também vislumbrar o que não é dito nos livros. Eles realmente mergulham fundo no mundo de Supernova.
Quais seus livros favoritos?
Nossa, muitos. Claro que Harry Potter estará sempre no repertório de um escritor de fantasia. Mas além dele, posso citar Jogos Vorazes, O Guia do Mochileiro das Galáxias e Filhos do Éden, do também brasuca Eduardo Spohr.
Quais suas inspirações?
Toda a cultura pop me ajuda na hora de escrever. Quem ler Supernova vai achar, certamente, referências a games, livros, filmes, RPG, animes e quadrinhos. Mas, além disso, eu me considero um observador. Muitas vezes tenho ideias para personagens e cenas observando as pessoas no cotidiano. Acho que quanto mais usamos as coisas que acontecem conosco para contextualizar os personagens, mais próximos dos leitores eles estarão e mais empatia irão gerar.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS