Três semanas depois da estreia de Chatô: O rei do Brasil no circuito cinematográfico nacional, Guilherme Fontes veio ao Recife para participar de um debate na Fundação Joaquim Nabuco, onde o filme está em cartaz. O encontro com o público recifense representou um momento positivo para o ator e diretor, que foi bastante elogiado e aplaudido a cada depoimento quando subiu ao palco para conversar com os espectadores após a exibição, com sala lotada. Famoso principalmente por trabalhos em telenovelas e por ter demorado 20 anos para concluir o longa-metragem (orçado em R$ 11 milhões), o artista foi bem recebido no Recife, cidade onde Assis Chateubriand (fundador dos Diarios Associados) iniciou a carreira no jornalismo. O cineasta, que também atua em alguns cenas, afirmou (e demonstrou) que ficou emocionado com a experiência, pois ainda não havia assitido à própria obra ao lado de uma grande plateia.
Trechos dos depoimentos cedidos por Fontes durante o debate:
"Passei esses anos todos sendo vaiado e agora estou sendo aplaudido."
"Minha ideia era montar uma fábula sobre um homem que comandou o Brasil. É um filme que faz a gente pensar. Se fosse um filme quadradão, um épico com nomes de personagens reais, não teria dado certo."
"Eu me senti censurado, inibido e proibido de concluir o filme. A questão da prestação de contas foi uma lenda criada pela imprensa, que me impediu de finalizar o filme. Precisei fazer mais telenovelas para conseguir dinheiro para terminar. Isso ninguém podia me impedir. Sofri dois despejos. Cheguei a achar que meus telefones estavam grampeados. Foi devagarinho e não desisti. O que passou, passou."
"Também tentaram me obrigar a terminar o filme mais cedo, mas eu não queria porque não estava satisfeito ainda. Eu só queria terminar quando estivesse plenamente satisfeito com o resultado. Agora estou redescobrindo o filme a cada dia."
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"Na minha opinião, a mídia não é o quarto poder, é o primeiro poder, que chega mais perto das pessoas. Com a internet, todo mundo agora tem esse poder. Só quem podia ter opinião eram os donos dos jornais, os chefes. Com a internet, todo mundo pode ter opinião. A internet transforma cada um de nós em um formador de opinião, sem a censura que existia antes"
"Foi uma louca jornada. Tudo começou com amor e terminou com amor. Eu tinha que acabar bem esse romance. Eu não podia desistir e deixar pra trás o trabalho das pessoas que trabalharam no filme."
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