Carnaval
Martinho da Vila, Martn'ália e Arlindo Cruz cantam samba-enredo em homenagem a Miguel Arraes; ouça
Ex-governador de Pernambuco será tema do desfile "Memórias do Pai Arraia: Um sonho pernambucano, um legado brasileiro", da Unidos de Vila Isabel
Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco
Publicado em: 16/12/2015 22:07 Atualizado em: 17/12/2015 01:08
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| Martinho da Vila e Mart'nália são coautores da música. Foto: Divulgação |
A escola de samba Unidos de Vila Isabel, do Rio de Janeiro, divulgou na internet a música-tema do desfile de 2016, Memórias do Pai Arraia: Um sonho pernambucano, um legado brasileiro, em homenagem a Miguel Arraes (1916-2005). Composta por Martinho da Vila, Martn'ália, André Diniz e Leonel, a faixa tem participação especial dos dois primeiros e de Arlindo Cruz e está no CD Sambas de enredo 2016 (Universal, R$ 29,90).
A escola será a primeira e desfilar na Sapucaí no dia 8 de fevereiro, a segunda-feira de carnaval. Martinho da Vila e o carnavalesco Alex de Souza foram os autores da sinopse dedicado ao político cearense que foi governador de Pernambuco e prefeito do Recife.
O tributo ocorrerá no ano do centenário de nascimento de Miguel Arraes. O enredo menciona as dificuldades provocadas pela seca no Sertão do Araripe, o investimento na educação, o Movimento de Cultura Popular e as lutas pela liberdade do político preso durante a ditadura militar. Frevo, ciranda, maracatu e o Galo da Madrugada são evocados na letra.
Maria Bethânia, homenageada da Mangueira, com o enredo Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá, Xande de Pilares (Salgueiro), Zezé di Camargo e Luciano e Lucy Alves (Imperatriz Leopoldinense) interpretam enredos. Os sambas da Beija-Flor, Grande Rio, Unidos da Tijuca, Portela, Mocidade, São Clemente, União da Ilha e Estácio de Sá também estão no disco.
Confira a letra:
"Meus olhos ficavam rasos dágua
A seca minha alma castigava
O sol queimava e rachava o chão
Até os carcarás sofriam no sertão
Cresci, sonhando renovar os sonhos
Revitalizar a vida
Que se equilibra sobre palafita
Dar pra gente tão sofrida
Dignidade e amor
"Acordei o campo pra haver justiça
Com o futuro Santo, fé nos ideais
Despertei o povo para um novo dia
Brotou esperança nos canaviais
Com ternura me chamavam Pai Arraia
Onde os arrecifes desenham a praia
Um sentimento no coração, no pensamento
Soluções reais
Liberdade se conquista com educação
Juntei os artistas e intelectuais
Pra fazer a cartilha no cordel
Ensinar, abraçar a profissão
Buscando na arte a inspiração
Tão bom cantarolar, me emocionar, estar aqui
Pra ver na avenida, meu valor na mensageira Vila
Gente aguerrida que defende a tradição do seu lugar
Um movimento de cultura popular
Vem dançar o frevo e a ciranda
Silenciar jamais
Tem maracatu na batucada
E o Galo da Madrugada misturando os carnavais"
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