Cinema
Star Wars: o antes e o depois dos efeitos especiais
O roteiro de '"Guerra nas estrelas" evidenciou as limitações técnicas da indústria, pondo a obra em xeque
Publicado em: 15/12/2015 17:17 Atualizado em: 15/12/2015 19:29
Pessoas observam a preparação da estreia de Star Wars, em Los Angeles. Foto: AFP/ Frederic J. Brown |
Quando o mundo viu, pela primeira vez, as batalhas espaciais de Star Wars, há quase quatro décadas, os efeitos especiais entraram em uma nova galáxia, que revolucionou o cinema para sempre.
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Em sua opinião, a saga de George Lucas mostrou que "são as histórias que impulsionam o avanço da tecnologia" e não o contrário. "Foi necessário um filme como 'Star Wars' para constatá-lo", apontou.
O roteiro de Guerra nas Estrelas evidenciou as limitações técnicas da indústria, pondo a obra em xeque.
"Queria fazer um filme de ação, um lugar onde naves espaciais se destroçassem. Queria fazer cortes rápidos e dar muito ritmo, e, especialmente, queria que contivesse muita cinematografia. Mas nessa época era impossível", explicava o cineasta em um documentário.
A necessidade o levou a fundar, em 1975, a empresa Industrial Light & Magic (ILM), que se especializou em modernizar e digitalizar as técnicas análogas e agora é um referencial.
Um grupo de jovens engenheiros passou dias e noites durante quase dois anos em um local ao norte de Los Angeles, inovando os sistemas de animação, fotografia e gráficos, assim como as impressoras óticas, com as quais mesclavam várias filmagens.
Mas a invenção mais revolucionário foi a Dykstraflex, uma câmera que controlava digitalmente os movimentos sob diferentes ângulos e que permitiu a criação das famosas batalhas no espaço.
John Dykstra, seu inventor, ganhou dois Oscars com a primeira divulgação da saga e terminou se transformando em um dos mestres dos efeitos especiais.
"Houve uma revolução quando foram criadas máquinas que controlavam as câmeras. Todo mundo começou a se adaptar e tentar copiá-lo", afirmou Fink, ganhador do Oscar em 2008 de Melhores efeitos especiais por "A bússola de ouro".
"Guerra nas estrelas" teve sua estreia em 1977 com um sucesso expressivo. Na década seguinte, o cinema viveu uma explosão de avanços técnicos espetaculares em filmes como De volta para o futuro, Alien, o 8º passageiro, Blade Runner, O exterminador do futuro e E.T. – O extraterrestre.
Mais adiante chegariam outros igualmente conhecidos, como Parque dos Dinossauros, Titanic, Forrest Gump, O resgate do soldado Ryan e Independence Day.
O que trará o novo?
James Cameron, Steven Spielberg e Christopher Nolan são outros dos cineastas que impulsionaram os efeitos especiais, mas Lucas e sua ópera espacial são a referência da indústria.
"Star Wars" voltou a surpreender em 1999 com "A ameaça fantasma" e seus novos avanços tecnológicos.
A equipe teve muitas dificuldades para recriar a superfície do planeta Tatooine. Os procedimentos da época a levaram a fabricar maquetes gigantes e usar o "matte painting" (pintura mate), mas nenhum dos dois agradava.
Ao final, foi desenvolvido um método que unia a fotografia real e os gráficos digitais, que logo foram usados para reproduzir o planeta Pandora em "Avatar", o filme de maior bilheteria da história, criado por Cameron.
Agora a indústria está mais atenta ao se deparar com "O despertar da força".
O cineasta J.J. Abrams foi encarregado de inaugurar a terceira trilogia após dirigir "Star Trek" (2009), "Star Trek: além da escuridão" (2013) e "Super 8" (2011), dando uma ideia de como trabalha com os efeitos especiais.
Mas os trailers de "Star Wars" revelaram apenas detalhes técnicos.
"Eu não acredito que revolucione os efeitos especiais, mas creio que está correndo atrás disso, fez como se fazia antes", disse à AFP Anthony Breznican, crítico da revista Entertainment Weekly e especialista da saga.
"Acredito que o que realmente está fazendo é aproveitar a arte digital e dar um sentido de realismo como tinham as maquetes antigas", detalhou.
O mistério tem seu fim em 18 de dezembro, dia de estreia do esperado filme.
Mas "se os personagens não agradarem ao público, não importa o quão bons sejam os efeitos especiais", advertiu Mike Fink.
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