Almir Rouche, Spok, Maestro Forró e Gustavo Travassos estão entre os artistas que homenageiam Science no carnaval deste ano. Fotos: Arquivo DP

No ano em que Chico Science completaria 50 anos - se vivo, ele faria aniversário no dia 13 de março - as homenagens ao líder do movimento mangue se proliferam na agenda cultural do estado. O legado criado na década de 1990, quando Nação Zumbi lançava no mercado álbuns como Da lama ao caos (1994) e Afrociberdelia (1996), inspirou bandas a trilharem caminho sonoro semelhante e marcou a cena musical nacionalmente.

No Sábado de Zé Pereira, o Galo da Madrugada rende homenagem aos 50 anos de Science, com o tema Galo, frevo e manguebeat. Antes disso, no dia 29 deste mês, o Baile do Siri na Lata, no Clube Português, Zona Norte da cidade, dedica a festa ao mangue boy, com shows de Nação Zumbi, Almir Rouche e o Maestro Forró com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério.

No dia 30, artistas organizam tributos e dedicam suas participações no Baile Municipal, no Classic Hall, à obra de Chico Science. Dengue e Jorge Du Peixe, integrantes da Nação Zumbi, se unem a Spok na ocasião, quando o Maestro Forró (homenageado da Prefeitura do Recife) também reverencia o legado do movimento mangue.

Entre os artistas, Spok e Forró não são os únicos a prestigiar Science. Benil, Gustavo Travassos e a Banda Som da Terra também endossam as homenagens. Confira os projetos de seis músicos pernambucanos dedicados a reverenciar Science no carnaval deste ano:

Spok reúne músicos da Nação Zumbi para homenagear Chico. Foto: Blenda Souto Maior/DP

Spok
Spok homenageia o líder do movimento mangue da década de 1990 e, no Baile Municipal (30 de janeiro, no Classic Hall), recebe Dengue e Jorge Du Peixe, músicos da Nação Zumbi, para tributo a Chico Science. “Toquei com Chico no antigo Maluco Beleza, na época do lançamento do [álbum] Afrociberdelia. Receber os meninos para homenageá-lo é uma honra”, diz Spok. O disco em questão completa 20 anos de lançamento neste ano, enquanto Science, se vivo, chegaria aos 50 anos em março. Durante o período carnavalesco, o mangue boy também será lembrado nos shows da Spok Frevo Orquestra. Os repertórios dos discos Frevo Sanfonado e Frevotron (frevo com batidas eletrônicas) complementam as apresentações.

Gustavo Travassos
O aniversário de 50 anos de Chico Science, morto em acidente de carro em 1997, também será lembrado por Gustavo Travassos. No desfile do Galo da Madrugada - bloco que, neste ano, também homenageia Science - Travassos apresenta repertório com referências ao movimento mangue. Nos demais shows do carnaval, além de Chico Science, ele faz tributo ao Maestro Forró, homenageado da Prefeitura do Recife. “Relanço a música Cerveja, que apresentei no ano passado, e toco batidas do frevo, dos caboclinhos, do maracatu e dos afoxés”, detalha Travassos.

Som da Terra homenageia Science e segue comemorando os 40 anos de estrada. Foto: Divulgação

Som da Terra
Além de comemorar os 40 anos de carreira, completados no ano passado, o grupo homenageia Chico Science. Para o desfile no Galo da Madrugada, preparam uma surpresa, uma performance cênica que, segundo integrantes do grupo, deve marcar a programação do bloco. Neste ano, a música Balança o saco completa três décadas e será destaque no repertório do Som da Terra. “Cantaremos também algumas músicas inéditas, além dos sucessos mais antigos”, explica o vocalista Rominho. Além do Galo da Madrugada, eles se apresentam no Bloco do Oiti (dia 30 de janeiro, na Rua da Hora, no Espinheiro, Zona Norte do Recife), no bloco Virgens do Bairro Novo (dia 31 de janeiro, no Bairro Novo, em Olinda), e no polo da Bomba do Hemetério.

Maestro Forró
O homenageado da Prefeitura do Recife para o carnaval deste ano presta tributo aos 50 anos de Chico Science e recorda os 40 anos da morte do compositor Nelson Ferreira. No Baile Municipal (30 de janeiro, no Classic Hall), ele recebe Geraldinho Lins e Gerlane Lops. No show de abertura, no Marco Zero, ele convida Lenine, Naná Vasconcelos, Cannibal, Fred 04, Lirinha, Chico César, Otto, Johnny Hooker, Luiza Possi e o Maracatu Nação Pernambuco para duas horas de show.

Nação Zumbi é atração principal do Baile do Siri na Lata. Foto: Jair Magri/Divulgação

Nação Zumbi
O grupo, liderado nos anos 1990 por Chico Science, é atração principal do Baile do Siri na Lata, dedicado ao mangue boy, marcado para o dia 29 deste mês, no Clube Português do Recife, Zona Norte da Cidade. Celebram, além do legado de Chico, os 20 anos do lançamento de Afrociberdelia. No Baile Municipal, no dia seguinte, Jorge Du Peixe e Dengue se unem a Spok e reforçam tributo a Science. O grupo se apresenta, ainda, no dia 8 de fevereiro, no Marco Zero - quando o repertório deve contemplar faixas do último álbum, Nação Zumbi (2014), e sucessos de discos icônicos, como Da lama ao caos (1994).

Almir Rouche
Na temporada de carnaval, Almir Rouche também homenageia Chico Science, além de dar início ao Projeto Rouche, que deve render DVD ainda neste semestre - com a primeira gravação marcada para o dia 12 de fevereiro, na Praça do Arsenal. O repertório, além de tributo às letras do movimento mangue, passeia pelos 30 anos de carreira de Rouche, comemorados neste ano.

Benil
O músico dá continuidade ao projeto PE no carnaval, lançado no ano passado. Homenageia Chico Science no desfile do Galo da Madrugada, no dia 6 de fevereiro, e em outros shows marcados para o carnaval. “Além da homenagem a Chico, cantarei músicas autorais e sucessos de Capiba”, conta Benil. Além de show marcado em Jardim São Paulo, na Terça-feira Gorda, ele se apresenta em Bezerros e em Pesqueira, no agreste pernambucano.

Mundo Livre S/A
A banda homenageia Chico Science como atração principal do trio oficial do Galo da Madrugada, que neste ano desfila com o tema Galo, frevo e manguebeat. No repertório, canções do grupo e tributos às composições de Science. Fred Zero Quatro (Compositor, vocal, cavaquinho, violão e guitarra) Walter Areia (baixo) Xef Tony (bateria) Léo D. (teclado e efeitos) e Pedro Santana (percussão) integram a banda, formada na década de 1990, mesma época em que a Nação Zumbi movimentava a cena underground do Recife com os primeiros discos do movimento mangue.