Passadas quase duas décadas, o mercado tupiniquim já não é mais o mesmo. Ainda bem. Na época em que o Universo HQ foi ao ar, a Abril (que edita os títulos da Disney, por exemplo) era a maior editora de quadrinhos do país. Reina soberana e quase absoluta. Hoje, o posto é ocupado pelo braço local da italiana Panini Comics, de onde saem títulos como os superheróis Homem-aranha e Batman. A elas, somam-se um sem-número de selos, como o Nemo. Sem citar as publicações independentes e as HQs autorais que só saem do espaço virtual graças a sites de financiamento coletivo.
A diversidade se reflete no mercado, mais aberto ao segmento outrora hostilizado como algo infantil ou de menor valor literário. “Vimos, com muita alegria, os quadrinhos ganharem mais espaço em livrarias, o surgimento dos principais eventos ligados à nona arte no Brasil e, especialmente, um aumento significativo na produção de obras nacionais — e não falo apenas de quantidade, mas sim de qualidade”, recorda Sidney.
Duas perguntas para... Sidney Gusman
A economia difícil interfere na quantidade/qualidade de títulos novos?
Até este ano, os quadrinhos não sentiram tanto a crise, mas é inevitável que isso acontecerá. Porque algumas editoras já diminuíram os investimentos e os autores independentes já estão encontrando dificuldades com os preços de impressão...
Qual é a importância da edição brasileira de eventos como a Comic Con Experience (realizada em São Paulo, em dezembro) para o cenário brasileiro?
Vital! Estamos aprendendo ainda a lidar com grandes eventos, mas, ainda assim, os resultados para os autores têm sido maravilhosos. E é importante que haja mais e mais eventos do gênero, pois havia, sim, uma demanda reprimida. O público existia e não tinha onde externar essa paixão. Agora tem.
SERVIÇO
Universo HQ Entrevista — Grandes nomes dos quadrinhos entrevistados por quem entende do assunto
Organizado por Sidney Gusman. Nemo, 360 páginas. Preço: R$ 78.