Inaugurado em abril de 2014 e administrado, a partir de então, pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), o museu Cais do Sertão, no Bairro do Recife, corre o risco de não reabrir as portas nesta quinta-feira, primeiro dia de funcionamento ao público em 2016. Vigente de 30 de março de 2014 a 30 de dezembro de 2015, o contrato entre o espaço e o IDG chegou ao fim na semana passada, quando as chaves do aparelho cultural foram devolvidas à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do estado, à qual o museu é subordinado, e os colaboradores que trabalhavam no local, dispensados.
A não renovação do tratado já estava prevista, após quase dois anos de vigência, por determinação legal que prevê a realização de nova licitação pública - cuja abertura está prevista para os próximos dias. Para a secretaria, as portas fechadas do museu não sinalizam ameaça ao funcionamento normal até a quarta-feira, já que o Cais do Sertão é aberto a visitas somente entre as quintas e os domingos, desde outubro do ano passado (antes disso, fechava somente às segundas).
Para Ricardo Piquet, presidente do conselho de administração municipal do IDG no Recife, os últimos meses de gestão do museu foram marcados pelas restrições econômicas. "Em 2015, tivemos orçamento de R$ 3 milhões. Precisamos reduzir em 30% os gastos com funcionários, limpeza, manutenção e produções culturais, em relação ao ano anterior", recorda. A manutenção de equipamentos era feita, pelo menos, uma vez por semana, segundo Piquet. Por ora, a segurança, limpeza e organização do local estão a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que deve anunciar, nos próximos dias, novo modelo de funcionamento do museu.
Com investimento inicial de R$ 97 milhões, o Cais do Sertão (Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife) é aberto ao público das quintas aos domingos, das 11h às 17h. Às quintas-feiras, a entrada - R$ 8 e R$ 4 (meia) - é gratuita. Instalado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, o espaço tem cerca de 2 mil metros quadrados e expõe riquezas materiais e culturais do Sertão pernambucano, com ambientes sensoriais e de interação tecnológica. Passagens da vida e obra de Luiz Gonzaga, curiosidades da literatura de cordel e imagens do Rio São Francisco integravam mostras permanentes do museu.
Leia a notícia no Diario de Pernambuco