Museu
Cais do Sertão corre o risco de não reabrir ao público em janeiro
Sem contrato de manutenção desde dezembro, museu pode ficar fechado enquanto nova organização social é escolhida através de licitação pública
Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco
Publicado em: 04/01/2016 18:50 Atualizado em: 06/01/2016 19:23
Cais do Sertão tem ambientes sensoriais e mostras permanentes sobre a cultura sertaneja. Foto: Pablo Oliveira/Esp. DP/D.A Press |
Inaugurado em abril de 2014 e administrado, a partir de então, pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), o museu Cais do Sertão, no Bairro do Recife, corre o risco de não reabrir as portas nesta quinta-feira, primeiro dia de funcionamento ao público em 2016. Vigente de 30 de março de 2014 a 30 de dezembro de 2015, o contrato entre o espaço e o IDG chegou ao fim na semana passada, quando as chaves do aparelho cultural foram devolvidas à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do estado, à qual o museu é subordinado, e os colaboradores que trabalhavam no local, dispensados.
A não renovação do tratado já estava prevista, após quase dois anos de vigência, por determinação legal que prevê a realização de nova licitação pública - cuja abertura está prevista para os próximos dias. Para a secretaria, as portas fechadas do museu não sinalizam ameaça ao funcionamento normal até a quarta-feira, já que o Cais do Sertão é aberto a visitas somente entre as quintas e os domingos, desde outubro do ano passado (antes disso, fechava somente às segundas).
O museu foi inaugurado em abril de 2014 e, atualmente, funciona entre as quintas e os domingos. Foto: Pablo Oliveira/Esp. DP/D.A Press |
Para Ricardo Piquet, presidente do conselho de administração municipal do IDG no Recife, os últimos meses de gestão do museu foram marcados pelas restrições econômicas. "Em 2015, tivemos orçamento de R$ 3 milhões. Precisamos reduzir em 30% os gastos com funcionários, limpeza, manutenção e produções culturais, em relação ao ano anterior", recorda. A manutenção de equipamentos era feita, pelo menos, uma vez por semana, segundo Piquet. Por ora, a segurança, limpeza e organização do local estão a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que deve anunciar, nos próximos dias, novo modelo de funcionamento do museu.
Músicas, figurino e objetos tradicionais do sertão pernambucano estão expostos no local. Foto: Pablo Oliveira/Esp. DP/D.A Press |
Com investimento inicial de R$ 97 milhões, o Cais do Sertão (Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife) é aberto ao público das quintas aos domingos, das 11h às 17h. Às quintas-feiras, a entrada - R$ 8 e R$ 4 (meia) - é gratuita. Instalado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, o espaço tem cerca de 2 mil metros quadrados e expõe riquezas materiais e culturais do Sertão pernambucano, com ambientes sensoriais e de interação tecnológica. Passagens da vida e obra de Luiz Gonzaga, curiosidades da literatura de cordel e imagens do Rio São Francisco integravam mostras permanentes do museu.
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