[SAIBAMAIS]A repórter da Globo Elaine Bast viveu uma situação delicada no final do ano passado. Um dia após fazer reportagem alertando sobre a importância da mamografia para detectar o câncer de mama no estágio inicial, a jornalista recebeu o resultado do seu exame, que acusou nódulos malígnos. A matéria foi ao ar no Jornal Nacional em 12 de outubro, mas o assunto só repercutiu agora.
Elaine tem 42 anos e é mãe de dois filhos. Ela se prepara para voltar ao trabalho depois de um período afastada para o tratamento. Após cirurgia de retirada das duas mamas, Elaine resolveu relatar o que aconteceu em depoimento para a coluna Notícias da TV, além de reforçar a necessidade da prevenção da doença. "Não esperava passar por isso. Tive muita sorte em ter descoberto logo no início", disse a repórter que já foi correspondente da Globo em Nova York.
Segundo a jornalista, uma personagem ouvida na matéria foi fundamental nesse processo. "Ela me ajudou muito, afinal já tinha passado por tudo o que eu ia passar", comentou.
Leia o depoimento na íntegra:
"Soube em novembro que precisava retirar a mama esquerda por causa de três tumores descobertos em um check up de rotina. Não tinha nódulos aparentes, não sentia dores, enfim, nada diferente. Soube do resultado exatamente um dia após fazer uma matéria para o Jornal Nacional sobre o assunto... O VT [videotape] era sobre um estudo que falava sobre a importância dos exames preventivos para a detecção precoce do câncer de mama.
A personagem que entrevistei, de apenas 35 anos, havia terminado a quimioterapia quando a encontrei. E foi uma das pessoas que me ajudaram muito psicologicamente nesse processo.
Tenho 42 anos, dois filhos pequenos, amamentei, não há histórico na minha família de câncer de mama. Não esperava passar por isso. Tive muita sorte em ter descoberto logo no início. Apesar de todos os avanços da medicina nessa área, a palavra 'câncer' dá sempre muito medo. Mas aprendi que ela não é uma sentença de morte. Retirei toda a mama esquerda e decidi também retirar a direita preventivamente. Não consigo deixar de pensar que realmente tive muita sorte. Não só por ter descoberto no início mas porque pude fazer a reconstrução das mamas na mesma cirurgia. Não precisei ver meu corpo mutilado.
Tive apoio muito importante da minha família, dos meus amigos, dos meus colegas de trabalho. Eles ajudaram a cuidar da minha alma. E os médicos, a cuidar da minha saúde. Difícil ler notícias sobre mulheres que morrem porque tiveram diagnóstico tardio desse câncer. Seja porque de tão atarefadas se esquecem delas mesmas e deixam de fazer os exames de rotina, seja porque não conseguem agendar consulta ginecológica no sistema público e realizar os exames. Uma doença que tem chance altíssima de cura se for tratada do início. Graças ao diagnóstico precoce, o câncer não parou a minha vida. Eu continuo a minha história. Depois da cirurgia e do tratamento, volto ao trabalho em meados deste mês."
Leia a notícia no Diario de Pernambuco