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Better Call Saul: Derivada de Breaking Bad retorna com episódios inéditos

Segunda temporada da série estreia nesta terça-feira (16) no Netflix

Série mergulha na trasformação de Jimmy McGill no inescrupuloso Saul Goodman. Foto: AMC/Netflix/Divulgação

Quando a imagem do ator Bob Odenkirk irrompeu na tela para dar vida à série Better call Saul (Netflix), derivada da aclamada Breaking bad (AMC), o contraste ficou nítido: o advogado canastrão e ególatra, disposto a truques sujos para subverter a lei e salvar o traficante Walter White de enrascadas, era agora um atrapalhado profissional à procura de espaço na seara dos tribunais, dividido entre as fronteiras da ética no trabalho e o passado delinquente de golpes aplicados nas ruas.

[SAIBAMAIS] O esperto e pragmático Saul Goodman de outrora nem de longe se via espelhado no quase ingênuo Jimmy McGill - e retratar a degradação pessoal testemunhada no rastro da transformação de identidade se tornou o desafio do novo seriado, também criado por Vince Gilligan, cuja segunda temporada estreia nesta terça-feira (16) no Netflix.

A primeira fase de Better call Saul serviu para firmá-la entre os espectadores - admiradores ou não de Breaking bad. E deu certo. O seriado se descolou da matriz e desenvolveu uma trama com complexidade e estrutura próprias. Em comum com a série antecessora, restaram elementos como estética, locação, ritmo, personagens e a linha do tempo, cujo desfecho inexoravelmente conduz aos acontecimentos da história original, passada seis anos depois.

Na retomada da segunda temporada, os idealizadores topam com a liberdade limitada de conciliar as possibilidades dramáticas do enredo com o inescapável processo de mudança pelo qual Jimmy se torna Saul. Em entrevista recente, Gilligan evidenciou a encruzilhada criativa encarada rotineiramente pelos roteiristas da série: “Curioso é que daria para contar a história dele de muitas formas. Consideramos apenas mostrar suas aventuras. Só que seria mais interessante acompanhar o que fez essa pessoa se transformar em outra”.

A construção dos novos capítulos deve passar pelo fortalecimento dos papéis na órbita do advogado errante - seja pela necessidade de explorar subtramas ou manter o relevo conquistado pelos personagens. A primeira temporada apresentou um Mike (Jonathan Banks), o capanga temeroso de Breaking bad, em condição mais humana, com oscilações de comportamento entre frieza e doçura, mais vítima e menos algoz dos acontecimentos da própria vida. Assim como criou o controvertido irmão do protagonista, Chuck McGill (Michael McKean), renomado advogado e sócio de um poderoso escritório, afastado do trabalho por problemas psicológicos e dependente dos cuidados do parente. A relação familiar, marcada por carinho e traição, admiração e frustração, está no centro do processo de conversão de Jimmy em Saul Goodman.

Com o destino do personagem central praticamente selado (ao menos a parte óbvia), Better call Saul busca mérito na forma como narra a transformação humana em meio a um ambiente profissional inóspito e familiar fragilizado.

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%2b reconhecimento

Em 2016, o protagonista Bob Odenkirk recebeu indicação ao Globo de Ouro pela atuação na série. Ele já havia sido finalista do Emmy Awards no ano passado. Ao todo, a produção do Netflix (cujo nome é copiado do bordão do personagem em Breaking bad) teve sete indicações ao Emmy e venceu o Critics Choice de 2015 nas categorias Melhor Ator e Ator Coadjuvante (Jonathan Banks)

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