Estreia de Selvática, de Karina Buhr, marca domingo no Rec-Beat
A grade do palco principal do carnaval recifense começou com desfile de grupos de maracatu de baque solto, ainda à tarde, seguidos pelo multiartista pernambucano Antonio Nóbrega, a quem coube apresentar ao público as referências culturais do estado, em performance marcada por elementos musicais, do teatro e da dança.
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Gaby Amarantos, que deveria ter subido ao palco às 20h50, começou a apresentação quase às 22h. Fantasiada de Rainha da Fuleiragem, a paraense desafiou tabus. Um dos hits do verão, Metralhadora foi escolhida por ela para abrir o repertório, com direito a uma bazuca com luzes de LED para intensificar a coreografia. Bang, de Anitta, Aquele 1%, de Wesley Safadão, Meu violão e o nosso cachorro, das Coleguinhas, País tropical, de Jorge Ben, Superfantástico, do Balão Mágico, e Ilariê, da Xuxa, foram algumas canções pinçadas para o repertório extremamente eclético.
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Anunciado tardiamente, o nome de Gaby Amarantos chegou a ser questionado por representantes da cena brega pernambucana, não contemplada na programação oficial, enquanto uma cantora do gênero, vinda do Pará, ocupa mais uma vez o palco mais nobre. Antenada – e declaradamente fã –, ela elogiou a produção local, citou as bandas Musa, Torpedo e Loira Marrenta e convidou Priscila Sena, da Musa, para a primeira homenagem da noite, ao Rei do Brega, Reginaldo Rossi, mosto em dezembro de 2013. As duas fizeram dueto de Em plena lua de mel.
O segundo tributo da noite foi ao ritmo protagonista da festa: o frevo. Com passistas, ela entoou Frevo mulher, de Zé Ramalho, e Voltei, Recife, de Luiz Bandeira, com alguns tropeços na letra. "Essa cultura é linda, de uma cidade que valoriza o que tem e abre espaço para os outros, porque eu vim lá de Belém do Pará", agradeceu.
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Além de Rossi e das bandas de brega, Gaby fez reverência a Nena Queiroga, Maestro Forró e o sempre lembrado Zé Cafofinho – autor de Xirley, um dos primeiros sucessos dela, ao qual foi apresentada no táxi, durante o carnaval de 2010, quando se apresentou no Rec-Beat. "Não me canso de agradecer, porque eu sou feita de gratidão", disse, após relembrar a perda da mãe, cuja doença a fez interromper a carreira, e convidar o pai, Seu Conrado, ao palco. "Família é tudo nessa vida. Ele está encantado com o carnaval do Recife", contou.
Ex-mai love e Ela tá beba doida, do repertório dela, também foram contempladas, além da estreia de uma música nova. "Agora chora e não vem mais me procurar/ Agora chora e aprende a me valorizar/ Acorda, que eu já coloquei outro em seu lugar", diz o refrão da canção, composta por ela para um ex-namorado após o início do relacionamento com o cineasta inglês Gareth Jones.
Em noite dedicada ao gênero, algumas músicas se repetiram. Aquarela brasileira, de Silas de Oliveira, foi interpretada por Belo Xis e Fundo de Quintal. Vou festejar, de Jorge Aragão, Dida e Neoci, por Karynna Spinelli e o grupo carioca. A dobradinha pareceu cair muito bem para a plateia, que acompanhou todas as letras.
Penúltima atração da noite, Jorge Aragão emendou um sucesso no outro, em apresentação de poucas palavras e muita água. "Tá chovendo aí?", perguntou, ao público, que foi reduzido devido ao incidente climático. "É melhor parar por causa da chuva?", questionou. E obteve resposta negativa, claro. Todo de preto e com óculos escuros, o carioca cantou Amor, estou sofrendo e Tendência, entre outras.
O show do Fundo de Quintal durou menos de uma hora. O grupo subiu ao palco às 2h45 (uma hora e meia após o previsto e provocou a interação da plateia. Em Verdadeira chama, cobraram até aos operadores de câmera que levantassem os braços. A banda, formada na década de 1970, despediu-se por volta de 3h40, encerrando a noite, após Só pra contrariar, A amizade e outras composições acompanhadas em uníssono. Nesta segunda-feira, Nação Zumbi, Jota Quest e O Rappa se apresentam no Marco Zero.
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