Falecimento Morre o escritor italiano Umberto Eco, aos 84 anos Autor de "O nome da rosa" teve morte confirmada pela família a jornal de seu país

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/02/2016 20:47 Atualizado em: 19/02/2016 22:58

Escritor havia lançado, em 2015, livro Número zero, sobre jornalismo. Foto: Wikipedia/reprodução
Escritor havia lançado, em 2015, livro Número zero, sobre jornalismo. Foto: Wikipedia/reprodução

Morreu nesta sexta-feira o escritor italiano Umberto Eco, segundo o jornal La Repubblica. A informação foi repassada ao veículo pela família. Eco nasceu em Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932, e faleceu às 22h30 (horário local) em sua residência, em Miläo.

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Escritor, filósofo, semiólogo, linguista, professor universitário e bibliófilo, Eco é autor de O nome da rosa (1980), Pêndulo de Foucault (1988) e O cemitério de Praga (2010). No fim do ano passado, ele publicou Número zero, considerado um manual do mau jornalismo. Além dos romances, ele é autor de vários ensaios sobre semiótica, estética medieval, linguística e filosofia.

Um dos mais importantes intelectuais da Itália, Eco formou-se em filosofia na Universidade de Turim, em 1954. Ele era professor emérito e presidente da Escola Superior de Humanidades da Universidade de Bolonha desde 2008 e foi  fundador do Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino.

O nome da rosa foi protagonizado por Sean Connery. IMDB/Reprodução
O nome da rosa foi protagonizado por Sean Connery. IMDB/Reprodução
O best-seller O nome da rosa foi adaptado para o cinema em 1986, por Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery como o frei franciscano Guilherme de Baskerville e Christian Slater como o noviço Adson von Melk. Eles investigam uma série de crimes que assolam uma abadia medieval no século 14. Contra a resistência de outros religiosos, em período no qual o riso era considerado um pecado, eles descobrem a razão por trás dos assassinatos: uma biblioteca com obras não aceitas pela Igreja.

ÚLTIMO
O mais recente livro publicado pelo escritor e filósofo, em 2015, expunha as entranhas jornalísticas na parte mais sensível. Número zero criava uma trama na qual a edição de um jornal de 1992 nunca chegava às ruas e servia para chantegear autoridades e pessoas a quem as matérias, se levadas até os leitores, poderiam ser danosas.

O autor colocava em xeque a prática nefasta de parte da imprensa de utilizar o veículo como instrumento de coação e pressão em vez de ser informativo. O livro remetia a um ano simbólico também para a Itália contemporânea atingida por corrupção e pela famosa investigação Mãos Limpas, pela qual inúmeras autoridades do país foram enquadradas na lei pela práticas de crimes.

Leia mais sobre a obra do escritor no Diário na Redação

TWITTER
O escritor mantinha uma conta no Twitter, atualizada de forma esporádica. A postagem mais recente, em novembro do ano passado, fazia referência a um tema caro ao autor: jornal: "O papel não vai desaparecer. Pelo menos, para os anos em que eu estou autorizado a viver".



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