[SAIBAMAIS]
Por trás das câmeras, um pernambucano acompanha e participa da história da TV e do cinema brasileiros. Aos 56 anos, Carlos Wanderley atua como gerente de produção no Canal Brasil, no qual começou a trabalhar em 1999. "Meu trabalho consiste em gerenciar os programas produzidos pela nossa equipe e receber os programas terceirizados. Sou gerente responsável pelo conteúdo jornalístico e pelos musicais, shows, DVD's e transmissões ao vivo feitas pela emissora", explica o produtor.
Entre os trabalhos realizados pelo canal, está a cobertura de festivais de cinema do país, como o Cine PE - Festival do Audiovisual, de Gramado, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e Prêmio Platino. Antes de assumir a função, ele atuou em jornalismo e entretenimento em emissoras da TV aberta e por assinatura. Na Globo, produziu programas como Esporte espetacular, Caldeirão do Huck, Domingão do Faustão e Fantástico.
O que você já fez na carreira?
Eu já produzi minissérie, novela, jornalismo. Eu fui produtor-executivo no auge da Manchete. Fiz a novela Pantanal, um marco da teledramaturgia brasileira. Foi a primeira novela que venceu a Globo. Era uma equipe nova, recém-saída da Globo. Tinha uma novela no ar. Quando Jayme Monjardim assumiu a direção-geral da Manchete, ele disse: "Vamos fazer uma novela". Foi quando surgiu Pantanal. Também fizemos A história de Ana Raio e Zé Trovão. Foi a primeira emissora que fez uma minissérie em Fernando de Noronha. Era engraçada. Não deu certo, mas foi a primeira.
Como chegou a TV por assinatura?
Comecei na Globo em 1982. Fui para Manchete e depois voltei à Globo para fazer o programa Brasil legal, apresentado por Regina Casé. Participei da primeira equipe do programa. Viajamos por capitais brasileiras e países como Uruguai, Itália, Argentina e França. Depois, saí do Brasil legal e fui implantar o canal Futura. Comecei toda a parte de engenharia e produção dos programas. Fiquei dois anos lá. Quando ele estava pronto, fui convidado para o Canal Brasil.
Como foi o começo no Canal Brasil?
Na época em que trabalhei na TV aberta, tinha uma grande abertura na linha de shows. Estar no Canal Brasil tem essa mistura. Em 1999, entrei quando ele tinha seis meses no ar. Na TV fechada, a gente se comunica com o público mais certo. O Canal Brasil é ainda mais seletivo já que é direcionado para o público de cinema. A gente é o primeiro canal segmentado de cinema na TV. Por lá, já passaram todos os filmes bons e ruins. É importante reviver as fases do cinema. Com a chegada de Paulo Mendonça em 2004 - atual diretor -, a gente abriu para a música brasileira. Mas o cinema brasileiro é nosso DNA. Restauramos filmes antigos do nosso acervo, trabalhamos em coproduções nacionais e estrangeiras, fazemos a cobertura de festivais de cinema aqui no brasil e no exterior.
Antes do Canal Brasil, qual era sua ligação com o cinema?
O Brasil legal fazia parte do núcleo de Guel Arraes. Na época, a Globo começou a pensar em projetos de televisão que foram para o cinema. Auto da compadecida é um exemplo. Como a gente trabalha no mesmo núcleo, eu estava ambientado. Também fazia publicidade e conhecia cineastas. Já no Canal Brasil, produzi filmes para como Jorge Mautner - O filho do holocausto, de Pedro Bial, e Loki - Arnaldo Batista.
Qual a diferença de produzir para a TV aberta e por assinatura?
É totalmente diferente. TV fechada é um publico seletivo. Você faz uma programação voltada para seu tipo de público. A TV aberta tem que fazer para agradar. A TV fechada é mais restrita, mais direcionada, mas é o mesmo jeito de produzir televisão.
NÚMEROS
34
anos de carreira
6
anos que passou na Rede Manchete
16
anos que trabalha no Canal Brasil
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