Justiça
Acusados de racismo contra Taís Araújo são soltos
Os réus agora responderão em liberdade pelos crimes de formação de quadrilha, pedofilia e racismo
Por: AE
Publicado em: 20/03/2016 16:00 Atualizado em: 20/03/2016 16:15
Foto: Reprodução/Facebook |
Saiba mais...
Ator de musical sobre Chico Buarque xinga Lula e Dilma, plateia reage e espetáculo é cancelado
Oscar 2016: Sarcasmo de Chris Rock sobre racismo marca abertura
Carnaval 2016: Pai fantasiado de Aladdin veste filho de Abu e rebate acusações de racismo
Boicotar o Oscar é racismo contra os brancos, declara a atriz Charlotte Rampling
Oscar pode incluir novos indicados depois de boicotes por racismo
Vídeo: namorado de Jout Jout aparece pela primeira vez e fala sobre racismo
Dandara, símbolo de força da mulher negra, tem a vida narrada em livro crítico ao racismo e machismo
Rihanna fala sobre racismo na música em entrevista
Cheias de Charme volta à programação da Globo e internautas comemoram
Discurso de ódio ganha força e alcance no ambiente digital
Ator do Zorra diz ter sido expulso de avião por ser negro
Cúmplices de um Resgate: Safira chega em casa e encontra Priscila desmaiada. Confira o resumo desta segunda-feira
Totalmente Demais: Germano chega à delegacia e revela a Eliza que é seu pai. Confira o resumo desta segunda-feira
Na decisão, a 23ª Vara Criminal do Rio converteu a prisão temporária dos acusados em medidas cautelares para os réus. De acordo com o alvará de soltura, obtido pelo Estado, os acusados deverão comparecer em juízo todas as vezes em que forem intimados, fornecerem informações sobre os seus endereços e não se ausentarem da comarca de suas residências sem expressa e prévia autorização judicial.
A medida foi tomada em reposta a um pedido do delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers, para converter a prisão temporária dos réus para prisão preventiva. Pela legislação, a prisão temporária é cabível quando for imprescindível para as investigações do inquérito policial ou quando o indiciado não tiver residência fixa. Já a prisão temporária tem um prazo de duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.
Os três homens foram detidos em Sertãozinho (São Paulo), Brumado (Bahia), e Navegantes (Santa Catarina). Um quarto homem, Gabriel Sanpietri, também teve mandado de prisão cumprido em Curitiba (Paraná) pelo crime, mas ele já estava preso por cometer crimes de pedofilia na internet.
Os réus agora responderão em liberdade pelos crimes de formação de quadrilha, pedofilia e racismo. De acordo com o delegado, foram constatados indícios fortes de que o ataque contra a atriz foi premeditado e articulado entre um grupo criado com a exclusiva intenção de disseminar o racismo e o ódio, em perfis, páginas e contatos de Whatsapp.
Nas convocações para os ataques, os acusados criam grupos secretos e temporários para potencializá-los e chegam a informar maneiras de mascarar a conexão para tentar dificultar o rastreamento. Além disso, as investigações concluíram que a quadrilha tem estrutura organizacional definida, onde os administradores definem as ações, com planejamento e execução dos ataques, selecionando premeditadamente as vítimas.
Quem desrespeitasse essas ordens, era expulso da "sociedade". Segundo o delegado, há indícios de que a quadrilha também tenha participado dos ataques raciais nos perfis do Facebook das atrizes da TV Globo Sheron Menezzes e Cris Vianna e da jornalista do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho.
"Eles demonstravam uma afinidade de pensamento, para disseminar o ódio. Geralmente, escolhiam como alvo pessoas que estavam na moda, como protagonista de novelas, para as ofensas terem mais repercussão. Mas tudo na internet deixa rastro. É importante deixar claro que racismo é claro e a polícia não vai tolerar essas ações", declarou, no dia da prisão.
Na quinta-feira, 18, um dos acusados, Pedro Vitor Siqueira da Silva, divulgou um pedido de desculpas pela ação, na página do grupo que teria promovido os ataques. Na postagem, ele segura um cartaz com os dizeres: "Peço perdão pelo vacilo, Thaís. QLC (nome do grupo) não tolera racismo".
Durante a prisão de Silva, a polícia achou montagens com a foto da atriz acompanhadas de frases racistas, salvas em seu computador. O advogado de Silva, Luiz Gustavo Vicente Penna, afirmou ao Estado que seu cliente não foi o responsável pelas postagens racistas contra a atriz.
Em nota enviada pela sua assessoria de imprensa na quarta-feira, Taís Araújo comemorou as prisões. "Fico feliz que a justiça tenha sido feita. Espero que crimes deste tipo contra qualquer mulher negra não fiquem impunes", afirmou. Taís teve o seu perfil no Facebook atacado na noite de sábado, 31 de outubro de 2015.
Ela reagiu e anunciou que levaria o caso à polícia. Na rede social, escreveu: "É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça".
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS