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Em entrevista a Gugu, sócio da Kiss fala para famílias das vítimas

A entrevista com Kiko Spohr foi concedida ao apresentador Augusto Liberato

 

Spohr durante conversa com Gugu. Foto: Rede Record/Divulgação

"Eu não sou assassino. De forma alguma eu quis que isso acontecesse" foi uma das declarações do empresário Elissandro Spohr, o Kiko, na primeira entrevista em rede nacional após o incêndio da boate Kiss, que matou 242 pessoas e pelo qual responde a processo judicial. Se for condenado, Spohr pode receber pena de 60 anos de prisão. A entrevista com o sócio da Kiss foi concedida ao apresentador Augusto Liberato e exibida no Programa do Gugu, na Rede Record, na noite desta quarta-feira. As informações são de que a produção do programa passou meses negociando a conversa. "Olha, quando eu começo a falar sobre o dia, começa a me dar uma tremedeira, começa a me dar um mal estar... porque é um som ensurdecedor", disse.

Visivelmente emocionado, o empresário, que confessou ter pensado em suicídio disse que não tem vida social e também fez questão de ressaltar que a Kiss funcionava com todas as licenças exigidas. "Fiquei quatro meses na cadeia. Pensava em dar com a cabeça na parede, tomar um choque enquanto tomava banho e morrer ali no chuveiro. Prefiro botar uma bala na cabeça que ficar preso", chorou.

Ao ser questionado por Gugu sobre a espuma acústica que recobria a boate, respondeu que optou por ela para acalmar os vizinhos, que reclamavam do barulho. Disse ainda que procurou um engenheiro para o projeto acústico, mas, por falta de tempo do profissional, optou por coordenar ele mesmo a instalação, "comprada pela internet, com garantia de que não pegava fogo".

Sobre a acusação de superlotação da boate, Spohr disse que a capacidade máxima da Kiss era 800 pessoas e que havia 650 no local, na hora do incêndio. O empresário ainda falou aos familiares das vítimas: "pedir desculpas não é o bastante".

Em outro momento, ao falar sobre a vcida pós-acidente disse: "minha vida acabou. É peso demais para qualquer um. Espero que seja feita justiça, mas não com injustiça. Eu não fugi de nada. Estou vendendo pneu velho para sobreviver. Nunca fui o playboy que quiseram estampar. Se tive uma vida boa, foi fruto do meu trabalho. Sempre trabalhei para conquistar o que eu queria. A boate Kiss era a minha vida. Hoje eu não tenho direito a nada. Eu tento não falar para não dizer besteira".

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