Entrevista
Cláudia Raia tem mesmo fôlego adolescente em musical sobre 30 anos de carreira
O espetáculo Raia 30, O musical conta a trajetória da menina que sonhou, lutou e construiu carreira artística de sucesso
Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco
Publicado em: 13/04/2016 08:55 Atualizado em: 13/04/2016 22:06
Claudia Raia repassa 30 anos de carreira em musical. Foto: Caio Gallucci/Divulgação |
"É bom estar no auge da minha energia, da vida e da saúde, podendo dançar e fazer as coreografias que fazia aos 16 anos”, comenta a atriz, bailarina, cantora e produtora teatral Cláudia Raia, de 49 anos, em entrevista ao Viver. Ela celebra 30 anos de carreira com o espetáculo Raia 30, O musical, em três apresentações, neste sábado (16), às 17h30 e 21h, e domingo, às 18h, no Teatro Guararapes, em Olinda.
A crise interferiu nos planos da artista, que precisou enxugar a turnê de dez para cinco apresentações. "Sempre produzo coisas enormes em momentos que não são favoráveis. Sou megalomaníaca mesmo. As dificuldades existem, se ficasse esperando, não ia passar nunca”, dispara.
A superprodução, com texto de Miguel Falabella e direção de José Possi Neto, passeia pela trajetória da menina que sonhou em ser artista e se realizou no palco. "Não precisa conhecer minha história. Sou uma atriz da galhofa. Trago o humor e quis desconstruir essa imagem de diva. Eu não me levo a sério", brinca.
O cenário remonta o estilo dos musicais dos anos 1950 com cores extravagantes. São 14 atores e oito músicos ao vivo no palco. “Não é contada na ordem cronológica. São estilhaços de memórias e os personagens, os musicais que fiz e os trabalhos na TV ao longo desses anos, complementam a história”.
A mãe de Enzo e Sophia protagoniza as 1h40 de espetáculo, sem intervalo, e faz 19 trocas de figurinos. "É muito cansativo. Danço, canto e falo o tempo inteiro. Mas o resultado é lindo visualmente", adianta.
Foto: Paschoal Rodriguez/Divulgação |
Entrevista Claudia Raia // atriz
Qual o desafio de produzir um espetáculo em meio a crise econômica no país?
Sempre produzo coisas enormes em momentos que não são favoráveis. Sou megalomaníaca mesmo (risos). Acabei de produzir Chaplin, O Musical também. Sei que não é o momento ideal, e estou fazendo turnê mais curta do que gostaria em Raia 30, O musical. Queria fazer 10 cidades e conseguimos apenas cinco. É triste, você ver as pessoas que dependem de mim confiando, mas quis fazer mesmo que fosse mais curta. As dificuldades existem, se ficasse esperando, não ia passar nunca. O não já estava implícito. Fui em busca do sim.
Como se sente ao comemorar 30 anos de carreira no palco e prestes a completar 50 anos?
Aos 49 anos celebro 30 anos de carreira. Outros artistas chegam aos 30 anos quando estão caindo aos pedaços. É bom estar no auge da minha energia, da vida e da saúde, podendo dançar e fazer as coreografias que fazia aos 16 anos. Com toda certeza é o melhor lugar para comemorar. Sou oriunda do teatro. Nasci na dança, aos 2 anos já dançava balé clássico. É como um santuário, um altar. É muito bacana poder me deparar com minha história todas as noites. É muito emocionante: vejo uma menina que sonhou, lutou e se tornou bem sucedida.
De que forma homenageia sua mãe Odette e irmã Olenka?
Minha mãe e irmã são as grandes responsáveis por tudo. Me apoiaram desde o início. Agradeço à minha mãe, que percebeu logo que eu já sabia o que queria. Viu que não tinha como me prender. Se não fosse artista, seria médica cirurgiã. Adoro a medicina, mas não trocaria a vida de atriz.
Sua trajetória artística se divide no teatro e na televisão. Como uma coisa alimenta a outra?
As pessoas têm a impressão errada da televisão. Um é tão importante quanto o outro, um se alimenta do outro. Quando faço TV estou ali com vontade e alegria. Gosto do veículo. Mas tem períodos que preciso me reciclar. O teatro me proporciona uma revisão eterna da profissão. Ter contato com aquilo que você veio fazer e a história que quer contar. Na TV, te escalam para contar uma história pronta. Como costumo produzir, no teatro acabo podendo escolher o que quero falar.
Como surgiu a ideia do espetáculo comemorativo?
Demorei para tentar fazer. Meu marido me incentivou, há quatro anos já dizia: ‘Você tem que contar sua história. Vamos montar o espetáculo’. Relutei, até que todos me convenceram. É tão autorreferente e tendencioso. Foi difícil armar isso. Só o Miguel Falabella, meu amigo e irmão da vida inteira, que conhece profundamente minha história, para me decifrar.
De que forma os musicais Não Fuja da Raia, Caia na Raia e Nas Raias da Loucura aparecem no espetáculo?
Todos são mencionados de alguma forma. Ou entram como números, ou são falados, cantados e dançados. Escolhi dois personagens da televisão: a Tancinha, da novela Sassaricando, e Tonhão, da TV Pirata. São os mais teatrais e que se encaixaram melhor neste formato.
Você já interpretou grandes personagens na TV. Como é a relação com o grande público?
Com o tempo, esse público de televisão passou a me acompanhar também no teatro. Ficou tudo muito junto. Não tenho condições de emendar uma novela na outra. Não é estratégia, combinei de ficar um ano quatro meses afastada para fazer a turnê. Temos uma relação positiva e a Globo apoia meus projetos no teatro. Também estou contando a história da TV junto com a minha. É importante para me reciclar e o público me ver pessoalmente. Sou uma atriz global, tenho cara de plim plim.
Assista ao teaser de Raia 30, O musical:
Assista ao teaser de Raia 30, O musical:
Serviço
Raia 30, O Musical
Quando: Sábado (16), às 17h30 e 21h e Domingo, às 18h
Onde: Teatro Guararapes - Centro de Convenções de Pernambuco
Ingressos: Plateia especial (filas começando com a letra "A"): R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia); Plateia (filas começando com a letra "B"): R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia); Balcão: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia); Balcão promocional: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
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