Cinema
Equipe de Aquarius carrega faixa contra o impeachment no Brasil no Festival de Cannes
Filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Sonia Braga será exibido na manhã desta terça-feira
Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicado em: 17/05/2016 10:40 Atualizado em: 17/05/2016 12:48
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O longa-metragem Aquarius, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, é o primeiro filme do estado a ser indicado à Palma de Ouro de Festival de Cannes. A exibição da película na França ocorre na manhã desta terça-feira. Na ocasião, a equipe da produção carrega faixa contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O ator Humberto Carrão compartilhou uma imagem com a faixa com os dizeres "fim do golpe no Brasil".
Além do ator, o montador Eduardo Serrano, o diretor de arte, Thales Junqueira, e o co-fotógrafo Pedro Sotero estão entre os presentes. Aquarius é estrelado pela atriz Sonia Braga, que vive uma escritora e jornalista, especializada em música, moradora de um antigo prédio na Avenida Boa Viagem, no bairro do Pina. Ela é a única moradora do Edifício Aquarius, já que todos os vizinhos aceitaram vender os apartamentos para uma construtora que pretende derrubar o imóvel e usar o terreno para um novo empreendimento.
No tapete vermelho, Kleber Mendonça Filho foi questionado sobre a relação entre o enredo do filme - uma protagonista mulher pressionada no centro de um conflito - e a atual situação política do país. "É interessante ouvir essa pergunta por você. Sim, embora seja um pouco cedo para estabelecer essa relação. É uma coincidência, não pensamos que a situação política seria essa quando filmamos o longa. Mas agora, sobretudo agora, tem tudo a ver com a política no país. É que quando você faz um filme, você pinça alguns elementos. E, mais tarde, eles ganham novo sentido", disse Kleber.
Ao posar para fotos oficiais do festival, toda a equipe sacou cartazes dos bolsos, denunciando um "golpe de estado" em curso no Brasil.
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Já no auditório de exibição, a equipe segurou mais cartazes e estendeu a faixa "Stop coup in Brazil" ("Parem o golpe no Brasil"). As mensagens denunciavam que "O Brasil não é mais uma democracia", "O mundo não pode aceitar o golpe" e "Nós vamos resistir". Quando diminuídas as luzes para o início da sessão, o apresentador da transmissão ao vivo de Cannes comentou o caso: "O filme está prestes a começar. As luzes no auditório foram diminuídas. Nós estamos diante de um momento muito mais político do que esperávamos. É um novo olhar sobre o Brasil, sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles denunciam que o país não é mais democrático."
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| Humberto Carrão compartilhou a foto no Instagram. Foto: Instagram/Reprodução |
No último domingo, o Festival de Cannes também exibiu o curta-metragem O delírio é a redenção dos aflitos, do cineasta pernambucano Fellipe Fernandes. A ocasião foi espaço para manifestação política. "Viemos aqui em um momento muito, muito delicado no Brasil. O governo foi ocupado por um presidente ilegítimo, machista, elitista. O cinema é uma arma de resistência. Nós vamos resistir", declarou o diretor.
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