Inclusão
Jogos acolhem personagens transgêneros para atacar preconceito sexual
Eles reforçam o sentido de representatividade com os jogadores de identidade transexual
Por: Correio Braziliense
Publicado em: 14/06/2016 13:01 Atualizado em: 14/06/2016 12:43
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| The Sims agora tem roupas unissex e personagens transgênero. Foto: The Sims/Divulgação |
Nos últimos anos, o movimento LGBT tem avançado na luta contra o preconceito e para dar visibilidade a pessoas com identidade transgênero. Novelas, filmes e séries trazem personagens que representam essa parcela da população, na maioria das vezes, invisibilizada. Mas no universo dos videogames essas personagens não são nenhuma novidade.
Uma das primeiras personagens trans que se tem notícia é Birdo, uma criatura rosa que cuspia fogo no jogo Super Mário Bros 2, de 1988. Na época, o manual de instruções do jogo descrevia a personagem como “um garoto que acredita ser uma garota, e prefere ser chamado de Birdetta”. Nas atualizações seguintes, os idealizadores do game mudaram a descrição do personagem e começaram a indicar que a personagem era do sexo feminino e que seria a “namorada” de Yoshi, personagem famoso do jogo Mário Bros.
Na década de 1995, o jogo de RPG Chrono Trigger inovou ao trazer Flea, um mago que causava “confusão” nos membros de sua equipe a respeito de seu gênero. Sempre que outro personagem interagia com o mago e o tratava no feminino, ele exclamava: “Ei, eu sou um cara!” e logo depois completava: “Homem, mulher… Qual a diferença? Poder é belo, e eu tenho o poder!”
A nova atualização do jogo de realidade virtual The Sims, permite que os participantes possam escolher sua identidade de gênero. A novidade começou no último 4 de junho, e além de poder escolher o gênero, os jogadores podem escolher qualquer tipo de roupa e definir o comportamento dos seus sims — nome dado ao personagem que o jogador cria baseados em suas características.
Por meio de nota oficial, a empresa criadora do jogo, a EA Games, afirmou que as modificações foram feitas para que todas as pessoas que jogam possam se sentir inclusas. “Nós da EA queremos nos certificar de que toda a nossa comunidade seja diversificada e que se sintam incluídos com capacidade de se expressar nos sims. O jogo exemplifica esse tipo de escolha e ele tem uma longa história de permitir que o jogador tenha liberdade de expressão”, afirma o comunicado na página a empresa na internet.
Realidade paralela
O publicitário João Henrique Fernandes, 36 anos, afirma que esse tipo de iniciativa é necessária para que todas as pessoas se sintam representadas. “Desde mais novo, eu me interessava por jogos, principalmente esses nos quais podemos criar uma realidade paralela. Achava muito legal Flea — de Chrono Trigger, ser um personagem misterioso e diferente", conta o publicitário. Para João, a nova atualização do jogo The Sims é mais uma passo para uma sociedade com menos preconceituosa. "É um tapa na cara das pessoas, nós transexuais existimos e todo mundo precisa saber!", completa.
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