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Aerosmith chega para noite de clássicos na primeira apresentação em Pernambuco

Perto de uma suposta aposentadoria anunciada para 2017, banda encerra turnê brasileira com show no Chevrolet Hall

Sexagenários, Brad Whitford (64), Tom Hamilton (66), Steven Tyler (68), Joe Perry (66) e Joey Kramer (66) estão juntos na banda há 46 anos. Foto: Aerosmith/Divulgação

Depois de meses anunciando que o Aerosmith se separaria no próximo ano, o vocalista Steven Tyler parece não estar mais tão seguro do fim da banda e chega hoje ao estado certo de um único desfecho: o da turnê brasileira. Depois de passar por Porto Alegre e São Paulo, o grupo norte-americano se apresenta nesta sexta-feira, em Olinda.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

As incertezas sobre o possível fim das atividades do Aerosmith vêm das oscilações de Steven Tyler, que recentemente voltou atrás do anúncio da aposentadoria e garantiu apenas que a banda não tem compromissos marcados para além de 2017. O baixista Tom Hamilton afimou, em entrevista ao Viver, que apesar da indefinição sobre os próximos passos, "a ideia de acabar é completamente maluca". O baterista Joey Kramer foi outro que já se mostrou contrário à dissolução do grupo.

A banda, aliás, tem existência conturbada e os integrantes já romperam cinco vezes, sobretudo por divergências internas ou problemas relacionados a drogas e bebidas. Os guitarristas Joe Perry e Brad Whitford chegaram a se afastar por um período nos anos 1980 e, em 2009, Steven Tyler chegou a dar indícios de sair do time. Se a turnê Rock n'roll rumble - Aerosmith style 2016 foi vendida inicialmente como a despedida para os fãs brasileiros, o adeus já se transformou em um até logo, já que a banda já tem retorno garantido ao país em 2017, como atração do Rock in Rio. Com 46 anos de estrada, a banda não tem trazido surpresas ao palco, mas segue mostrando energia e competência nesta sexta passagem pelo Brasil.

Sexagenários, Steven Tyler (68), Joe Perry (66), Tom Hamilton (66), Joey Kramer (66) e Brad Whitford (64) seguem mostrando vigor e eficiência nos palcos, embora talvez um tanto dentro da zona de conforto de performances baseadas quase que exclusivamente nos maiores sucessos da carreira, que facilmente preenchem um setlist completo. O repertório da atual turnê é baseado na nostalgia, com hits principalmente das duas primeiras décadas de atividades, como Crying', Livin’ in the edge, além de faixas menos conhecidas, a exemplo de Kings and queens e Rats in the cellar. Nenhuma faixa de Music from another dimension! (2012), o mais recente álbum de inéditas, foi executada.

Nos dois shows realizados na atual turnê brasileira, o Aerosmith tocou por cerca de duas horas um repertório de 19 músicas, 15 delas mantidas nas duas apresentações. Back in the saddle, Same old song and dance, Monkey on my back e Train kept a-rollin' (cover de Tiny Bradshaw) foram tocadas apenas em Porto Alegre. Já as exclusivas de São Paulo foram Draw the Line, Eat the rich, Monkey on my back e Chip away the stone. De todo jeito, após tanto tempo de estrada, os fãs parecem não buscar novidades mas, sim, uma chance de ouvir ao vivo canções que embalaram gerações nas últimas quatro décadas.

SERVIÇO

Show de Aerosmith

Onde: Chevrolet Hall (Avenida Agamenon Magalhães, s/n, Salgadinho, Olinda)

Quando: 21 de outubro, às 21h (abertura dos portões)

Quanto: R$ 500 (pista) e R$ 250 (meia), R$ 1,2 mil (frontstage) e R$ 600 (meia). Camarotes entre R$ 6 mil e R$ 8 mil

Números

150 milhões

de álbuns comercializados no mundo. O número torna a banda norte-americana que mais vendeu na história.

66,5 milhões

de cópias foram vendidas apenas nos Estados Unidos.

21 canções

entraram no Billboard Hot 100, ranking com os singles mais tocados e vendidos dos Estados Unidos.

SETLIST

Confira a relação das 15 músicas que estiveram presentes nas duas apresentações da banda no Brasil antes do show em Pernambuco e que, provavelmente, serão tocadas hoje:

 

Love in an elevator

Vigésimo oitavo single da banda, o primeiro do álbum Pump, lançado em 1989. O disco rendeu ao Aerosmith o primeiro Grammy e está no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer, do jornalista Robert Dimery.

Cryin'

Trigésimo sétimo single, o quarto do álbum Get a grip, de 1993. Conta a história do relacionamento de um casal. Especula-se que é uma metáfora sobre o uso de drogas por Steven Tyler.

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Crazy

Também de Get a grip, foi lançada como single em 1994. A música rendeu um Grammy. O videoclipe foi escolhido como o 24º melhor de todos os tempos em lista do canal VH1.

Kings and queens

Décimo terceiro single da banda e o segundo do álbum Draw the line (1978). Livin' on the edge Trigésimo quarto single, o primeiro de Get a grip (1993). A música também venceu um Grammy.

Rats in the cellar

Do álbum Rocks, lançado em 1976. Steven Tyler comentou que era uma "sombra" de outra música, Toys in the attic. A canção está nos jogos de videogame Guitar hero: Aerosmith e Rock band 4.

Dude (Looks like a lady)

Do disco Permanent vacation (1987). Ficou em 14º lugar na lista da Billboard. O título original da canção era Cruisin' for a lady.

Pink

Terceiro single do disco Nine lives (1997). A música é repleta de gaita, baixos e violões acústicos. A letra é sugestiva e, supostamente, faz referência aos órgãos reprodutores femininos.

Rag doll

Do disco Permanent vacation (1987). A música já ganhou versões gravadas por Ted Nugent, Tony Franklin, Vinnie olaiuta e Derek Shenirian.

Stop messin' around

Cover da música lançada pelo Fleetwood Mac em 1968. O Aerosmith gravou em Honkin' on bobo (2004), com Joe Perry nos vocais.

I don't want to miss a thing

Da trilha sonora do filme Armageddon (1998), estrelado pela filha de Steven, Liv Tyler. Alcançou o topo da lista da Billboard. A canção está no videogame Saints row IV.

Come together

Cover de um dos grandes sucessos da banda The Beatles

Walk this way

Segundo single de Toys in the attic (1975). Nos anos 1980, ganhou versão do Run-D.M.C.

Dream on

Do álbum de estreia, Aerosmith (1973). Steven Tyler chegou a afirmar que, em todo o disco, é a única música em que ele usou a tonalidade da própria voz. Nas demais canções, usou tom mais baixo.

Sweet emotion

De Toys in the attic (1975). Alguns fãs interpretam a letra como uma referência aos desentendimentos entre a banda e a esposa de Joe Perry.


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