A artista plástica e futura primeira-dama Bia Doria organizou uma exposição de esculturas de bronze em Miami e lançou um livro sobre seus 10 anos de carreira. Os recursos para ambos os projetos foram captados pela Lei Rouanet, que institui políticas públicas voltadas para a cultura. Desde 2014, Bia conseguiu autorização para arrecadar R$ 3,5 milhões (destinados a financiar também outros projetos próprios), e desse montante já recebeu R$ 702 mil.
A exposição em Miami, formada por 11 esculturas de bronze, ocorreu na feira Art Basel, em 2014, e utilizou R$ 400 mil, financiados com incetivo do governo. No caso do livro Bia Doria:Preto no branco, publicado no primeiro semestre de 2016, a receita obtida pela Lei Rouanet foi de R$ 302 mil. O exemplar documenta cerca de 140 obras de Bia e de acordo com o Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic), tem por objetivo servir de "referência para estudantes, leitores interessados na arte brasileira, colecionadores que buscam informação e registro documental da artista".
Os recursos com incentivo federal destinados à cultura são repassados por empresas privadas, já que parte dos impostos de renda das companhias podem ser revertidos para ações culturais. No caso de Bia Doria, os R$ 702 mil arrecadados foram transferidos pela Souza Cruz e Weg Equipamentos Eletrônicos S/A.
Além da mostra em Miami e dos recursos para o livro Preto no branco, a futura primeira-dama teve projetos aprovados para uma exposição em Roma, na Basílica de São Paulo, no valor de mais de R$ 1 milhão, e para o livro Raízes do Brasil, publicado em 2014, todos com recursos captados pela Lei Rouanet.
Bia Doria é esposa do futuro prefeito de São Paulo João Doria, eleito nas votações desse ano. As empresas que destinaram recursos para a arte de Bia fazem parte do grupo Lide, associação criada,em 2003, e presidida pelo prefeito eleito com o objetivo de fortalecer a "livre iniciativa do desenvolvimento econômico e social".
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