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Série da Netflix Black Mirror projeta um mundo distorcido pela tecnologia

Terceiro ano da produção britânica já está disponível no canal de streaming

Conectados: episódios abordam relação com tecnologia. Foto: David Dettmann/Netflix

Das corriqueiras previsões do tempo de institutos meteorológicos às subjetivas profecias de cartomantes, a humanidade parece buscar sempre um vislumbre do amanhã. Diferentemente de outros exercícios de futurologia, a ficção científica não necessariamente se propõe a antecipar os dias que virão, mas a enxergar o presente de maneira crítica através de cenários futuristas. Black mirror, série da Netflix cuja terceira temporada foi divulgada nesta sexta-feira, segue justamente o caminho de refletir sobre o momento atual com um pé no futuro.

Lançada originalmente pela emissora britânica Channel 4 em 2011, Black mirror teve duas temporadas de três episódios e um especial de Natal. O título da série (espelho negro, em tradução literal) é em referência às reluzentes telas de smartphones, monitores e outros dispositivos tecnológicos. Esse é justamente o cerne da série: uma antologia de narrativas atreladas às relações humanas e um mundo cada vez mais digital.

O criador da série, Charlie Brooker, já declarou que a tecnologia é como uma droga e que a série é sobre os efeitos colaterais: como ela interfere em relacionamentos interpessoais e na sociedade. Embora sombria e inevitavelmente pessimista, a visão de Brooker é incômoda sobretudo por ser crível. "As tecnologias são cada vez mais poderosas e (a série) aborda o uso responsável desses aparatos", acredita ele.

As tecnologias vistas nos roteiros não parecem distantes das nossas. Dos seis episódios da nova temporada, por exemplo, dois abordam diretamente a questão de redes sociais, outro dialoga com videogames e realidade virtual. E o terceiro ano tem, ainda, pela primeira vez, uma história ambientada no passado, na década de 1980. Ou seja, o importante não é a época, mas, sim, os problemas.


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