Um dos protagonistas da série documental Making a murderer, da Netflix, o norte-americano Brendan Dassey deve ser solto, após dez anos na prisão. A decisão foi expedida pelo juiz federal William Duffin nesta segunda-feira. Ele está encarcerado desde março de 2006 e foi condenado a prisão perpétua. Dassey e o tio, Steven Avery, foram acusados de estuprar, esfaquear, matar a tiros e esquartejar a fotógrafa Theresa Halbach, no Halloween de 2005.
O rapaz, agora com 27 anos, tem até a terça-feira para apresentar à Justiça o endereço onde ele pretende morar. O advogado diz que ele espera comemorar o Dia de Ação de Graças com a família e o irmão, Brad, comemorou a proximidade da soltura. A decisão não significa que ele foi absolvido e o Estado norte-americano vai recorrer.
"Meu irmão está a um passo da liberdade que ele merece! Meu coração está pulsando de certeza e eu estou extremamente entusiasmado por ouvir que ele finalmente vai sentir o gosto da liberdade até que tudo esteja resolvido. Apesar do que as pessoas dizem, eu amo muito e me preocupo com meu irmão Brendan. Eu sempre amei e sempre amarei", escreveu, em comunicado.
Em agosto, o juiz Duffin concluiu que o garoto, então aos 16 anos e com QI muito abaixo da média, foi coagido pelos policiais a confessar ter cometido o crime junto com o tio. Na decisão, o magistrado afirmou que os investigadores fizeram promessas de leniência e que nenhum jurista de bom senso poderia discordar.
O tio de Dassey, Steven Avery, também foi condenado a prisão perpétua, mas os processos correm separadamente. Atualmente com 54 anos, ele já passou 18 anos preso por um assassinato que não cometeu, quando os exames de DNA permitiram a comprovação da inocência dele. Anos depois, foi condenado novamente pela morte de Theresa Halbach.
As prisões e os julgamentos são tema do seriado Making a murderer, cuja segunda temporada já foi confirmada pela Netflix. A primeira fase, de 2015, chamou a atenção para as injustiças do processo e impulsionou uma petição pela liberdade deles. O abaixo-assinado foi comentado pela Casa Branca, em janeiro de 2016.
"Steven Avery e Brendan Dassey são prisioneiros do Estado, então o presidente não pode perdoá-los. Um perdão neste caso teria que ser emitido em nível estadual por parte das autoridades competentes", diz a nota oficial. "Como o caso está fora da competência da administração, o presidente Obama está comprometido em restaurar o senso de justiça no nosso sistema", promete o líder.
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