Apesar de a audiência não ter correspondido da melhor forma, não há como ignorar que Supermax provocou uma renovação na TV aberta. A série, criada por José Alvarenga Jr., Marçal Aquino e Fernando Bonassi, chega ao fim nesta terça-feira, na Globo. Além do ineditismo da temática de terror na teledramaturgia da emissora, a forma de distribuição do produto também foi experimental. A atração é a primeira antecipada quase integralmente no Globo Play, serviço de streaming, antes da estreia da televisão - os onze primeiros episódios foram disponibilizados de uma só vez, e apenas o último permanece inédito.
A Globo também promoveu uma maratona dos capítulos já exibidos, uma forma de aquecimento para o season finale, estratégia utilizada na TV por assinatura, adotada por canais como HBO, a exemplo de Game of thrones, e Fox, no caso de The walking dead.
A série acompanha 12 participantes confinados em um reality show, ambientado em um presídio de segurança máxima desativado na Amazônia. O elenco reúne atores conhecidos, como Cléo Pires, Mariana Ximenes e Erom Cordeiro, e desconhecidos do grande público, como o pernambucano Bruno Bellarmino, que interpreta o lutador Luizão.
O desfecho da trama mostrará se os participantes conseguirão ou não sobreviver da prisão. Na reta final do programa, eles enfrentam o assustador Baal, vivido pelo ator Márcio Fecher, carioca cuja projeção teatral se deu em Pernambuco. O personagem foi infectado por uma doença misteriosa na Floresta Amazônica.
A média de audiência é de 11,9 pontos, mas chegou a marcar recorde negativo de 9.5 pontos no capítulo do dia 23 de novembro. A produção vai ao ar após Nada será como antes.
>> Três perguntas para Márcio Fecher, intérprete de Baal.
Supermax causou um certo estranhamento na audiência. Por que acredita que isso ocorreu?
É a primeira série de terror brasileira. É uma linguagem que o público ainda não tinha visto em seriado de terror, onde várias linguagens, como a de reality show, são trabalhadas. Não é uma parcela dos espectadores do Brasil que consome terror. Supermax tem o conceito de terror, incita a ter essas emoções de medo e estranhamento. Não está dentro da zona de conforto. Supermax toca em lugares difíceis de se trabalhar. Talvez o público não esteja disponível para novos produtos. Um deles é Supermax.
A caracterização de Baal foi um dos elementos chamativos do personagem. Foi fundamental para se sentir na pele de um demoníaco? Eu acredito que sim. Depois que ele se intitulou Baal, ele passou sete anos na Floresta Amazônica tentando multiplicar seu exército, tentando engravidar as prostitutas do exército. Acredito que isso é uma transformação do Nonato em um ser selvagem. Por isso, ele está sempre visando sua sobrevivência.
Como foi a preparação para viver Baal?
Foram quatro meses de estudo profundo. Muitas pessoas o enxergam como um demônio, mas entendem a dor dele. Ele matou a mulher, matou o filho. O Baal só existe depois do Nonato, pastor que se perdeu dentro da própria religião. Nonato é um homem movido pela fé, mas os valores dele se invertem completamente quando ele se intitula Baal. Tive problemas na construção. Tive que raspar todos os cabelos do corpo, a sobrancelha, a barba, as axilas, o peitoral.
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