Música
Nação Zumbi planeja dois discos para 2017, entre covers e inéditas
Pernambucanos estão selecionando repertório para o álbum Radiola NZ, com composições que inspiraram a trajetória da banda
Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco
Publicado em: 04/12/2016 10:12 Atualizado em: 02/12/2016 12:36
Nação Zumbi deve colocar em prática um projeto antigo de dar voz a músicas inspiradoras, nacionais e internacionais. Foto: Tom Cabral/Divulgação |
O desejo de montar álbum com versões de músicas inspiradoras para a trajetória artística da Nação Zumbi é antigo, mas nunca antes tão concreto. Em disco provisoriamente intitulado Radiola NZ, o projeto deve chegar ao mercado até meados de 2017, com pelo menos 12 faixas dedicadas a referências da banda pernambucana.
Confira o roteiro de shows do Divirta-se
Nomes internacionais, como David Bowie e Amy Winehouse, além de ídolos brasileiros como Luiz Gonzaga e Gilberto Gil, serão contemplados no álbum, hoje em fase de pré-produção. “Pensamos em trabalhar metade das faixas em português, metade em inglês. Nossa ideia é gravar uma série de músicas das quais gostamos, que nos inspiraram direta ou indiretamente, e selecionar o repertório do disco a partir delas, quando estiverem prontas”, explica o vocalista Jorge Du Peixe.
Radiola NZ deve anteceder outro projeto do grupo para o novo ano: o próximo disco autoral, cujo lançamento está previsto para o segundo semestre de 2017. Músicas e títulos ainda não foram definidos para o sucessor de Nação Zumbi (2014). Segundo Du Peixe, os discos autorais exigem ainda mais cuidado, entre a seleção de composições inéditas e o eixo que deverá sustentá-las.
Os pernambucanos não montaram cronograma do processo produtivo, mas devem engatá-lo logo após dar vida a Radiola. “Queremos trazê-lo a público no ano que vem, mas vamos começar pelas versões de outros compositores, que é um desejo nosso há muito tempo. Caras como Gonzagão, que a gente curte, admira, estarão no Radiola NZ, que é nome que demos ao projeto por ora”, diz Du Peixe.
No último álbum deles, o oitavo produzido em estúdio e o primeiro de inéditas em sete anos, ganharam protagonismo recursos melódicos habilitados para distanciá-los da nostalgia dos anos 1990. Efeitos eletrônicos e solos de guitarra separam Defeito perfeito, Um sonho, Cicatriz e Bala perdida, alguns destaques do repertório, da sonoridade predominantemente percussiva da primeira década do grupo, quando o manguebeat dominava a cena underground do Recife. A decisão de lançar Nação Zumbi 20 anos após o disco de estreia, Da lama ao caos (1994), reforçou o quanto o disco - cuja identidade é sedimentada pelo título homônimo - anunciava nova fase da banda.
Os últimos dois anos desde o lançamento foram marcados por ajustes internos, além de homenagens ao líder e ex-vocalista Chico Science, de modo que os projetos para 2017 são capitaneados por uma Nação Zumbi reconfigurada. Em dezembro passado, foi anunciado o desligamento do percussionista Gilmar Bolla8 do grupo, um dos fundadores da Chico Science & Nação Zumbi.
Levado à Justiça, o caso repercutiu nas redes sociais, palco de discussões entre os envolvidos, e ganhou novo capítulo em maio deste ano, quando foi determinada em caráter liminar a reintegração de Bolla8 à Nação. A decisão judicial, publicada na véspera de show histórico do grupo no Clube Português, na Zona Norte do Recife - em homenagem aos 50 anos de Science e aos 20 anos do álbum Afrociberdelia (1996) -, não evitou, contudo, a ausência do percussionista sobre os palcos desde então.
A próxima apresentação no Recife será no Jack Daniel’s Festival. O evento contará com Tiê, Planet Hemp, Vivi Seixas e cerca de 20 outras atrações, na Coudelaria Souza Leão, na Várzea. Ingressos a partir de R$ 50. Informações: 2128-2525.
>> Bom momento
Formada hoje por Jorge Du Peixe (vocal), Lúcio Maia (guitarra), Alexandre Dengue (baixo), Pupillo (bateria), Toca Ogan (percussão), com as percussões adicionais de Gustavo da Lua e Tom Rocha, Nação Zumbi participou, também neste ano, do Carnaval do Recife e da cerimônia de encerramento dos Jogos Paraolímpicos do Rio, em paralelo aos projetos solo dos integrantes.
O show dos 20 anos do disco Afrociberdelia foi um dos momentos marcantes da banda em Pernambuco neste ano. Foto: Kelvin Andrad/Divulgação |
Em março, foi lançado o filme Chico Science: Um caranguejo elétrico, de José Eduardo Miglioli, que, além de homenagear o ex-vocalista, resgata os primeiros anos da banda e curiosidades de bastidores, com depoimentos de nomes ligados ao movimento mangue, como DJ Dolores, Renato L e H.d. Mabuse.
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