Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicado em: 06/02/2017 16:50 Atualizado em: 06/02/2017 19:12
Nome por trás de Tropa de Elite e Narcos, Padilha irá dirigir série sobre a Operação Lava Jato para a Netflix. Foto: Sony/Divulgação |
Diretor da série de filmes Tropa de elite e do seriado Narcos - ambos sucessos de audiência -, o brasileiro José Padilha se prepara para capitanear outro projeto para a Netflix: um seriado sobre a Operação Lava Jato. Mantendo segredo sobre elenco e enredo da produção, Padilha comentou em entrevista ao jornal O Globo o olhar que tenta lançar sobre a investigação e rebate comparações entre personagens da realidade e ficção. Baseada em livro do jornalista Vladimir Netto, com roteiro de Elena Soares, a série conta com uma equipe própria de pesquisa, entrevistou presos pela Lava Jato, além de procuradores e policiais que participam das investigações. A produção ainda não tem data prevista, mas terá lançamento mundial e mais de uma temporada garantida.
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Na publicação, Padilha revela que, para ele, o essencial é apresentar a natureza das dificuldades que os policiais, os procuradores e os juízes que iniciaram e levaram a Lava Jato a cabo tiveram que enfrentar. "Trata-se de um briga de David contra Golias, onde a força-tarefa da Lava Jato sofreu uma enorme pressão do establishment e da quadrilha de empreiteiros e políticos que domina Brasília faz tempo", conta ao O Globo. O brasileiro fala ainda sobre as comparações realizadas entre o juiz Sérgio Moro e o Capitão Nascimento, personagem dos filmes Tropa de elite: "Posso comparar uma laranja com a lua, uma bota com um sorvete...".
Sobre as constantes reviravoltas da investigação e as aproximações propostas entre os "inverossímeis" acontecimentos e a ficção - entre eles, a piada de que a realidade supera o roteiro de House of cards, série sobre a política norte-americana -, José Padilha se diz confiante: "Acontecimentos aparentemente suprarreais cabem em certas estrutura narrativas e não cabem em outras. Acho que a Elena fez escolhas muito corretas neste sentido. Já estou acostumado a lidar com fatos 'inverossímeis'. De Ônibus 174 a Narcos, já narrei uma penca deles!", comenta, revelando também que acontecimentos recentes como a morte do ministro Teori Zavascki já entraram no enredo do seriado.
O cineasta, que já havia se posicionado a favor da cassação da ex-presidente Dilma Rousseff em outras ocasiões, também mantém um olhar crítico em relação ao atual presidente: "Temer e Dilma foram eleitos com dinheiro de caixa dois e de corrupção, aportado na sua campanha por uma quadrilha que achacou o estado. Desde sempre estiveram ilegais na Presidência da República. Todos nós sabemos disso. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também sabe", afirma na entrevista.
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