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Novidade no filme, Isabela Moner completou 16 anos durante a passagem pelo Brasil e revela-se uma atriz promissora. Carismática e enérgica, ela interpreta a órfã Izabella, que encontra nos transformers uma nova família. O destaque dado à personagem na parte inicial do novo Transformers chega a causar a impressão de que ela seria a protagonista do filme, repetindo a tendência vista em franquias como Star wars ou Mad max, que colocaram figuras femininas em primeiro plano. Infelizmente, a garota tem pouco tempo de tela. Espera-se que a presença aumente em futuros filmes da franquia, pois não falta potencial para garantir lugar de protagonismo.
Transformers é uma franquia que trata, essencialmente, de robôs gigantes do espaço que podem virar veículos automotivos e se digladiam na Terra. A premissa insólita, originária de uma linha de brinquedos da Hasbro adaptada para desenho animado nos anos 1980, entrega bem o que se pode esperar da transposição para os cinemas. E O último cavaleiro segue exatamente a cartilha já estabelecida nos filmes anteriores: explorar ao máximo o potencial de destruição nos embates entre os robôs alienígenas que caíram em nosso planeta. Sem qualquer pretensão de verossimilhança. E isso não é demérito.
Enquanto os filmes de super-heróis tradicionais dos quadrinhos parecem calcados na realidade, buscando tornar crível, em tela, a presença de seres fantásticos entre humanos, Michael Bay caminha em direção ao absurdo. Os personagens de Transfomers desafiam a física, a lógica e, não raro, a razoabilidade.
O novo episódio da série inicia sem parecer ter realmente ligação com a trama típica. Vemos o rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda prestes a perder uma guerra, até o momento em que o mago Merlin surge liderando um transfomer dragão, garantindo a vitória dos seus. Avançando para o tempo presente, descobrimos que o protagonista Cade Yeager (Mark Wahlberg) está de alguma maneira conectado aos acontecimentos da era arturiana. Espécie de líder humano da resistência transformer na Terra e injustamente perseguido pelo governo, Cade se vê envolvido, mais uma vez, em uma situação que poderá causar a destruição do planeta.
A história parece o menos importante e serve, sobretudo, para conectar o máximo possível de cenas de ação da maneira mais improvável. Sim, a narrativa se apoia não exatamente no roteiro, mas na construção estética. Um dos poucos diretores que atualmente se dedica a filmar em 3D, Bay critica cineastas que realizam a conversão das suas obras para o formato em lugar de embarcar na trabalhosa tarefa de gravar em três dimensões. Esse cuidado com o visual é facilmente perceptível e resulta em uma obra que, de fato, é feita para ser vista em tela grande. "Eu gosto da experiência do cinema, faço questão", afirmou o diretor, durante a première do filme. "Faço entretenimento", ressalta, não sinalizando pretensão artística no seu trabalho.
O realizador endossa a fileira dos que se opõem aos lançamentos feitos direto para a Netflix ou plataformas digitais. "Filme é para se ver com a bunda na cadeira de uma sala de cinema", afirma, sem sutilezas. Pouco delicado também é o ritmo de O último cavaleiro. Explosões, perseguições e lutas permeiam quase todo o longa, embora o ritmo pareça mais cadenciado do que em Transfomers anteriores. As sequências de ação continuam estrambólicas, mas não necessariamente difíceis de assimilar; entende-se tudo que acontece em tela.
A ressalva fica para a cena final de ação, excessivamente longa, quase cansativa. Mas, como dito inicialmente, os critérios de avaliação para um filme como Transformers certamente são diferentes. E, se o objetivo é entregar um espetáculo visual e ação desenfreada, a missão foi cumprida. Transformers: O último cavaleiro entra em cartaz no Brasil no dia 20 de julho.
*O repórter viajou a convite da Paramount Pictures do Brasil
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