Música
'Ninguém critica quando canto no show', diz Erasmo Carlos sobre músicas machistas do repertório
Tremendão se apresenta em Pernambuco com a turnê Gigante Gentil
Por: Emília Prado
Publicado em: 18/08/2017 12:50 Atualizado em: 18/08/2017 13:00
Rock dos anos 1960 ainda é a preferência quando o cantor paulista escuta música. Crédito: Luiz Rodrigues/Divulgação |
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Com mais de 600 músicas no repertório, o compositor não tem intenção de parar. "Compor é minha necessidade. Se eu não compuser eu não como, não vivo. É um dom que Deus me deu e para mim é um prazer". Apesar da alma e do jeito de roqueiro, muitas das composições de Erasmo são conhecidas na voz do romântico Roberto Carlos, parceiro em mais da metade das canções.
"Antes mal acompanhada do que só, você precisa de um homem pra chamar de seu, mesmo que esse homem seja eu" e "Perdão à namorada é uma coisa normal, mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau" são letras que marcaram o fenômeno da jovem guarda, mas que geravam e ainda geram debates pelo teor machista. "As letras são machistas porque a realidade daquela época era muito machista, era o que vivíamos e como pensávamos. Claro que sei que as mulheres podem ocupar o espaço que quiserem, todos temos este direito, mas, quando canto as canções nos shows, ninguém fica criticando ou me regrando. Meu show é uma grande festa e todos sabem que estas letras representam uma época, um momento das nossas vidas", justifica.
O início do rock no Brasil continua sendo o momento preferido do Tremendão. Inicialmente com versões dos sucessos estrangeiros e depois arriscando os primeiros versos originais em português com Roberto, cujo pontapé foi Parei na contramão. Até hoje o rock dos anos 1960 lidera a preferência musical de Erasmo, e ele confessa que não consegue acompanhar a nova geração de artistas. "Hoje é tudo loucura, momentâneo. A vida está mais rápida que as análises e eu não sou capaz de dizer quem tem potencial pra permanecer, só o tempo diz se um artista vai durar. Da bossa nova, Jovem Guarda e Tropicália quem ficou foi quem tinha valor".
A inspiração para os hits que consolidam a carreira do Gigante Gentil é sua própria vida, tanto os momentos bons como ruins, "nunca fiz terapia, eu escrevo tudo que eu sinto e continuo a viver", revela o artista, que já sofreu perdas marcantes, como a esposa Narinha e o filho do meio Alexandre, que faleceu há dois anos. "Foram golpes muito grandes, mas não estamos isentos de nada, temos que nos contentar com o que fica. Perdas são perdas e cada pessoa que se vai leva um pedaço da gente", conta Erasmo, que também viu alguns amigos "irem embora", como Tim Maia e, mais recentemente, Luiz Melodia.
Apesar da longa trajetória, Erasmo Carlos não quer nem pensar em parar. "Eu gosto deste ritmo, de viajar, fazer show. Não posso parar, não, carro que anda devagar atrapalha o trânsito e, se desacelerar, você é atropelado", enfatiza. Do show da sexta-feira, o artista espera a alegria e o carinho que diz sempre receber do público pernambucano. "Em retorno, vou fazer um show lindo e entregar o Erasmo que vocês conhecem".
SERVIÇO
Erasmo Carlos apresenta Gigante Gentil.
Onde: Teatro Guararapes (Centro de Convenções de Pernambuco, Avenida Professor Andrade Bezerra, s/n, Complexo de Salgadinho, Olinda).
Quando: 18 de agosto (sexta-feira), às 21h.
Quanto: R$ 120 (plateia), R$ 60 (meia); R$ 100 (balcão), R$ 50 (meia).
Informações: 3182-8020.
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