O afoxé leva para as ruas a força do Candomblé, logo, torna-se impossível dissociá-los. Cada grupo tem um orixá patrono que protege a entidade cultural. Esta divindade africana exerce influência direta na estética, na musicalidade, nos movimentos e até nas vestimentas do coletivo. Orixás são os deuses cultuados nas religiões de matriz africana. Eles estão conectados à natureza e cada um responde pela vitalidade de um elemento no universo. No Alafin Oyó, por exemplo, tem-se Xangô (ligado a justiça, ao fogo, aos trovões e pedreiras); no Omo Inã é Oyá/Iansã (a deusa dos ventos e das tempestades) que protege o grupo; no Ara Omim quem rege os caminhos é Iemanjá (a rainha dos mares e da maternidade); No Obá Iroko, é o orixá Iroko (árvore da ancestralidade) e nos Filhos de Dandalunda é a Oxum (fertilidade, amor e águas doces), e assim por diante. Em Pernambuco existem mais de 30 grupos e cada um traz o legado e a força de uma deidade.
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Afoxé: força e resistência da religiosidade de matriz africana na rua
Conheça a ligação dos grupos com o sagrado e o significado dos elementos no segundo episódio da série
Quem tem a responsabilidade de zelar pela questão espiritual dos grupos é o babalorixá (homem) ou a yalorixá (mulher), conhecidos também como pai e mãe de santo. São aqueles que lideram os cultos, executam os fundamentos religiosos e invocam o sagrado. O antigo sacerdote do Afoxé Omo Inã, Jefferson Nagô, falecido no mês de dezembro de 2018, disse no periodo da elaboração deste especial, que antes dos grupos saírem no carnaval existe uma série de preceitos para pedir proteção aos deuses. “Na cerimônia participam as lideranças do grupo e os integrantes que possuem uma certa aproximação com a religiosidade. Um afoxé sem uma casa de Candomblé se torna fraco, sem axé”, ressaltou o babalorixá. O grupo está localizado na comunidade da Mangabeira, na Zona Norte do Recife.
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A diferença entre Yalotin e Babalotin está no orixá que rege o coletivo como contou Pai Jefferson. “Se este for masculino (boró) é babalotin e se for feminino (Yabá) é Yalotin. Geralmente eles ficam guardados o ano inteiro dentro dos terreiros e só saem nas festividades carnavalescas. Sem esse boneco, o afoxé não tem vida, não tem brilho e não tem cor”, explica.
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EP 02: Afoxé: força e resistência da religiosidade de matriz africana na rua
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