Viver

Livro do pernambucano Michel Zaidan Filho analisa a história do sindicalismo no Brasil

Obras de Zaidan traçam panoramas históricos de movimentações políticas no país

"Mais um curso sobre a história do movimento operário e sindical no Brasil? Pode se dizer. Ou a academia falando sobre os trabalhadores e os militantes sindicais, encenando o papel de censores omissos do movimento social", introduz Michel Zaidan Filho no seu novo livro, Histórias do sindicalismo no Brasil e outros ensaios, que será lançado no próximo dia 30. "Afinal, qual é o lugar desse objeto de estudo - a classe operária e seus movimentos e organizações - no interior das instituições de ensino e pesquisa no Brasil?", questiona.

 A obra é resultado das discussões sobre a metamorfose do direito do trabalho na linha da teoria crítica conduzidas por Zaidan, professor titular da pós-graduação de Direito, na UFPE. Além de textos sobre o tema que dá nome ao título, o livro traz artigos sobre Paulo Freire, Walter Benjamin e a crise do Direito, além da proposta de traçar uma nova hermenêutica judicial sobre a violência entre as classes populares no Recife, este de autoria da doutoranda Edlene Maria Neri.

Graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (1974), mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas (1982) e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (1986), Michel Zaidan Filho é autor de textos e livros que traçam panoramas históricos de movimentações políticas no Brasil, entre eles o livro A formação do primeiro grupo dirigente do PCB: As raízes culturais e políticas da formação dos primeiros comunistas no Brasil.

É pelo mesmo caminho que Histórias do sindicalismo no Brasil e outros ensaios surge, com o intuito de aprofundar os debates históricos sobre o tema que se propõe a tratar. "Neste sentido, queremos modestamente indicar um roteiro para o estudo e a pesquisa da história do movimento sindical brasileiro, começando por aqui que já foi chamada a 'época de ouro' do movimento operário, e a hegemonia dos anarcossindicalistas. Depois, vamos discutir o surgimento dos primeiros comunistas e seu delicado debate com os libertários, anotando as consequências desse debate sobre a união dos trabalhadores. Vamos recuperar também a origem dos sindicatos amarelos e sua influência sobre os sindicatos."


O livro também aborda a influência da Igreja Católica sobre as organizações operárias e a legislação social-trabalhista, passando pelos seus principais autores (Evaristo de Moraes, Maurício de Lacerda, Joaquim Pimenta, Agripina Nazaré e Alexandre Herculano), além da revolução de 1930 e a corporativização do movimento sindical, do golpe de 64, do governo do PT, da influência da CUT, até a situação atual, com os trabalhadores informais e "uberizados".

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...