Exposição na Christal Galeria reúne mais de 30 obras do artista plástico José Barbosa

Publicado em: 24/08/2022 10:46

Nova mostra traz referências a tempos diferentes do cronológico, aproximando-se do tempo mítico, sagrado e ligado à ancestralidade (Divulgação)
Nova mostra traz referências a tempos diferentes do cronológico, aproximando-se do tempo mítico, sagrado e ligado à ancestralidade (Divulgação)

O tempo é o fio condutor da nova exposição do pintor desenhista, entalhador, escultor, ilustrador e gravador olindense José Barbosa. Com produções de tempos diversos, abarcando dos anos 70 aos dias atuais, com um olhar reflexivo e por vezes crítico, o artista apresenta 30 obras na Christal Galeria (Rua Est. Jeremias Bastos, 266, Pina), a partir desta quinta-feira. José Barbosa: A escuta do tempo fica em cartaz até 22 de outubro, com visitação gratuita de terça a sábado, das 10h às 19h.

Natural de Olinda, José Barbosa alia diferentes referências, temáticas e gêneros em suas pinturas, esculturas, desenhos e entalhes em madeira. Os trabalhos expostos trazem referências a tempos diferentes do cronológico, aproximando-se do tempo mítico, sagrado e ligado à ancestralidade. “Traremos um conjunto de obras inéditas de um artista que, no auge dos seus 74 anos, escuta e fala com o tempo passado e o agora. Nesse sentido, traz referências ao que foi vivido, mas também reflexões do tempo atual, como o caso de Javari, uma obra que faz em homenagem aos ativistas mortos na região de mesmo nome, no estado do Amazonas”, explica a curadora da exposição, Joana D Arc Lima.

A obra de José Barbosa tem muita relação com sua vida na Cidade Alta, onde há muita referência à cultura popular, festas de rua, da arte erudita à vanguarda. Também soam em seus traços as interferências artísticas de seu pai, Ernani da Silva, com quem aprendeu a entalhar na madeira.

José Barbosa começou a entalhar arcas para antiquário aos 12 anos, na marcenaria de seu pai no Mercado da Ribeira, em Olinda. Com o incentivo do pintor Adão Pinheiro, iniciou carreira artística. Nessa mesma época, integrou e organizou o Movimento de Arte Ribeira, junto a nomes como Adão Pinheiro, Ypiranga Filho, João Câmara, Vicente do Rego Monteiro e Guita Charifker, entre outros.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1965, em pleno Regime Militar, onde se envolveu com o Cinema Novo, a Tropicália e a Nova Figuração, além de estudar gravura em metal com o professor Orlando da Silva. Em 1972, seguiu para a Europa, residindo na Alemanha e na França. Em 1976, trabalhou em ateliê com Roseline Granet e Jean Paul Riopelle, na francesa Meudon. Retornou ao Brasil dois anos depois, vivendo entre Rio, Olinda e Balneário Camboriú, no Sul do país. Desde 2000, se reinstalou em Olinda, onde trabalha e reside atualmente.

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