CULTURA

Festival de Artes Integradas no Sertão do Pajeú chega à 5ª edição

Publicado em: 03/11/2022 11:23

 (Foto: Tom Alves / Divulgação)
Foto: Tom Alves / Divulgação
Quando decidiu voltar para a terra onde nasceu, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco, a artista Odília Nunes sabia que precisava fazer algo para compartilhar com familiares e vizinhos tudo o que viu e aprendeu nos lugares por onde passou: Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Saiu em busca de formação na carreira que escolheu, o
Teatro, e voltou com a mala cheia de arte, ideias e contatos de artistas que conheceu na jornada. Com isto, e o senso de empreendedorismo, ela criou o projeto NO MEU
TERREIRO TEM ARTE, iniciativa que promove intercâmbio cultural, residência artística, festivais e ações formativas ao longo do ano no Sítio Minadouro, onde mora, na área rural da cidade de Ingazeira. O Festival Chama Violeta é uma dessas ações.

Em sua 5ª edição, realizada de 4 a 6 de novembro, a programação deste ano prestigia o Teatro de Formas Animadas e leva para a comunidade 20 companhias e artistas solo de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia, São Paulo e da Argentina, num total de 108 profissionais, entre artistas e técnicos. A parte formativa já começa na terçafeira, dia 1º, num total de 4 oficinas. “As formas animadas têm pouco espaço na programação dos festivais Brasil afora. Trouxemos espetáculos com bonecos, máscaras e objetos animados e as oficinas acompanham esse mundo, que também casa com o mote sugerido pela poetisa Francisca Araújo, que é A Chama da Resistência Brilha em nosso Festival”, afirma Odília, coordenadora do Chama Violeta. 

Além dos espetáculos e cortejos, o Festival promove sessões de cinema - com exibição dos filmes Coágulo, de Juliana Notari, de São Paulo, e Memória do Futuro de Juliana Notari e Odília Nunes – e shows musicais com Radiola Serra Alta, Revoredo e Agda Moura. Este ano, o Chama Violeta contou com financiamento coletivo e a parceria da Tronxo filmes, Aldeia Tear, Ateliê Bianca Habibb e da Rede Interiorana de Produtores, Técnicos e Artistas de Pernambuco (RIPA).

Odília Nunes é palhaça, brincante popular, atriz de teatro e cinema, diretora teatral, dramaturga, cordelista, produtora cultural e integra o grupo gestor da RIPA. Em 2015 criou o projeto NO MEU TERREIRO TEM ARTE, onde compartilha espetáculos e oficinas artísticas na comunidade rural onde vive. Além do festival de artes integradas Chama Violeta, o projeto produz o Palhaçada é Coisa Séria, com foco na palhaçaria. 

PROGRAMAÇÃO | OFICINAS
Dia 01 (TERÇA-FEIRA) às 8h, na Associação de Moradores 
Vizinha, vizinho meu BICHOS DO NOSSO TERREIRO, com Bianca Habib (São Carlos/SP) 
Sinopse: Um ateliê de cartazes, onde a artista-educadora convida a pensar com afeto sobre animais nativos que compartilham o espaço conosco. Vizinhas e vizinhos que moram ao lado, em cima, em baixo...perto. Através da técnica de estêncil e palavras que conectam suas existências às nossas, produzimos cartazes coloridos, que celebram os bichos da vizinhança e seus encantamentos.

Dias 01, 02 e 03 (TERÇA A QUINTA) às 18h na Associação de Moradores 
Elaboração de Miniaturas, com Julieta Hernández (Recife/PE)
Sinopse: A oficina propõe a construção de miniaturas articuladas para manipulação direta. Esse encontro pretende desenhar e construir boneco miniatura (15cm), entendendo os princípios básicos da sua construção.
 
Dias 03 e 04 (QUINTA E SEXTA) às 8h na Escola Municipal Bernardo Nunes
 Corpo de gente, cabeça de La Ursa, com Gustavo Cabriolar (Arcoverde/PE)
Sinopse: Construção da máscara e preparação do brincante para o cortejo de abertura do Festival Chama Violeta 2022. A vivência busca encantar crianças e jovens, através da comunicação lúdica, ao universo da brincadeira popular – desde a construção do brinquedo até o ato de brincar e saciar-se de alegria.

DIA 6 (DOMINGO) às 10h, na Associação de Moradores
ANIMAGAMI - origami de animação, com Eva Duarte (Recife/PE)
Sinopse: A oficina propõe experiências com dobras em pequenas e grandes proporções, de modelos simples e modulares, peças que se movem, giram, encaixam, pulam, voam, beijam. Ao longo do processo, vão surgindo ideias para utilização dessas peças como recursos cênicos, inclusive na palhaçaria.

PROGRAMAÇÃO | ESPETÁCULOS
Sexta – 04/11
16h - Concentração do Cortejo – Terreiro de Mariquinha
Teatro de Lambe Lambe: Antonina – Julia Campos / SP; Nussoken – Romualdo Freitas / PE; Ester – Odília Nunes / PE
17h – Cortejo até o terreiro da igreja com artistas presentes e alunos da oficina de La Ursa com Gustavo Cabral
18h – A Flor do Mamulengo – Água de Cacimba – PE
19h – Pifada da Zabé – Cibele Mateus, Isadora Mateus e Pablo Mateus – SP
19h30 – Mundo em busca do Coração da Terra – Tropa do Balacobaco – PE
20h40 – Radiola Serra Alta – PE
 
Sábado – 05/11
17h – Guigui – João Rafael Neto – BA
17h30 – Gabinete de Curiosidades – Cia Tu Mateixa Marionetes – SP
18h30 – Reisado de Caretas – CE
19h30 – Escuta e o pulso – Juliana Notari / SP
20h30 - O Bonequeiro e seus bonecos bailarinos – Juan Saucedo – PE
Terreiro de Odília:
20h40 Filme Coágulo - Juliana Notari / SP
21h30 – O Arranjo da Filha do Doente – Cia Biruta – PE
 
Domingo – 06/11
17h – Bafafá - Circo Muamba / AP-Argentina
18h – Urso Mimoso de Arcoverde – PE
19h – Agda Moura – PE
Terreiro de Odília:
20h Filme Memória de Futuro, de Juliana Notari (SP) e Odília Nunes (PE)
21h30 Revoredo - Te canto a canção - Revoredo/PE
Tags: cultura | artes | festival | sertao |

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