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'A Baleia' marca retorno de Brendan Fraser em mais um filme polêmico e desconfortável de Darren Aronofsky

Submeter o público à tormenta de ordem física e emocional é a tônica do cinema de Darren Aronofsky desde sua estreia em 1998 com o thriller Pi até a violenta parábola bíblica Mãe!, de 2017, mas já se desdobrou em diferentes escalas de impacto. Ainda que a instrumentalização do sofrimento para fins alegóricos seja uma constante, sua filmografia sempre pareceu disposta à reinvenção, vide o realismo cru de O lutador e a fantasia épica de Noé, por exemplo. Em todos esses casos, porém – e sobretudo no terror psicológico Cisne negro –, o martírio não é um fim, mas uma busca por uma revelação metafísica ou, senão, pela catarse visual.



Não deixa de ser interessante assistir a um diretor tão propenso à grandiloquência se ver preso a um filme de câmara focado apenas nas relações de afeto. A libertação dessa amarra vem no último minuto, quando A baleia exorciza a si próprio com uma cena luminosa que remete à catarse quintessencial da obra de Aronofsky. A depender do espectador, isso pode ser tanto excelente quanto péssima notícia.

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