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Fundação Joaquim Nabuco celebra 74 anos nesta sexta-feira

Publicado em: 20/07/2023 14:37

Augusto Gomes Leal e sua ama de leite Mônica, em 1860 (Crédito: Fundaj/Divulgação)
Augusto Gomes Leal e sua ama de leite Mônica, em 1860 (Crédito: Fundaj/Divulgação)
Educação, memória, cultura, arte, pesquisas sociais. Com um espólio sociogeográfico nacional, em especial às regiões Norte e Nordeste, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), instituição federal vinculada ao Ministério da Educação, celebra nesta sexta-feira (21), 74 anos de fundação, com programação no campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, a partir das 10h. Criada pelo sociólogo Gilberto Freyre em 1949, a Fundaj, em sua gestão atual, mantém o legado do seu fundador e do patrono, o grande abolicionista Joaquim Nabuco, mas com olhar para o futuro, trazendo parcerias em suas áreas de atuação e abrindo as portas à sociedade, em especial a população em maior vulnerabilidade social. 

“Trata-se de uma data muito significativa, tendo em vista que a Fundaj é guardiã de inestimável patrimônio cultural dos estados do Norte,  Nordeste e do Brasil. Celebrar esta data significa exaltar esse importante legado com olhar para o futuro”, afirma a presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar. Das 10h às 12h, será inaugurado o Espaço de Convivência da Fundaj, no Edifício Paulo Guerra, em cerimônia conduzida pela presidenta, juntamente com a diretora de Planejamento e Administração (Diplad), Aida Monteiro. No espaço, uma área para leitura, paineis com a história de Joaquim Nabuco e infraestrutura para servidores, terceirizados e estagiários da Fundação fazerem suas refeições e se confraternizaram.
 
Fotografia de Augusto Gomes Leal e sua ama de leite Mônica, em 1860 (Crédito: Coleção Francisco Rodrigues - Acervo Fundaj)
Fotografia de Augusto Gomes Leal e sua ama de leite Mônica, em 1860 (Crédito: Coleção Francisco Rodrigues - Acervo Fundaj)

À tarde, a partir das 14h, a Sala Calouste Gulbenkian recebe o público para a conferência “O ideário abolicionista (re)visitado e o racismo estrutural no Brasil”, apresentada pela Secretária Executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Dra. Rita Cristina de Oliveira.. Sua participação no evento é significativa — Em 2021 a secretária fez parte da Comissão de Juristas Negros e Negras, instituída pela Câmara dos Deputados, quando expôs um relatório incluindo diversos projetos de reforma legislativa em prol ao combate do racismo institucional. 

Esses trabalhos da comissão contribuíram para a promulgação da  Lei 14.532/23, sancionada sem vetos em janeiro pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A legislação aumentou para de 2 a 5 anos de reclusão a pena para injúria relacionada à raça, cor, etnia ou procedência nacional, podendo ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. 
 
Márcia Angela Aguiar, presidente da Fundaj (Crédito: Divulgação)
Márcia Angela Aguiar, presidente da Fundaj (Crédito: Divulgação)
 
Como debatedores da conferência, a pesquisadora da Fundaj, Profa. Dra. Cibele Barbosa, assim como o  Pró-reitor de Extensão (UFRPE) e integrante do PPGECI (UFRPE/Fundaj), o Prof. Dr. Moisés de Melo Santana. Cibele Barbosa reforça a relevância do tema da palestra para o debate atual e a forma como o mesmo se conecta de forma contemporânea e revisitada com as lutas abolicionistas, protagonizadas por militantes como o próprio patrono da Fundação. “Comemorar os 74 anos da Fundaj com essa palestra é abordar um tema central à instituição e a sua história, legado e missão. É necessário pensar a questão do racismo como algo que interpela à nossa vivência, pensando-o enquanto um fenômeno estrutural para que, dessa forma, nós possamos pensar e trabalhar nas maneiras possíveis de combate a essas práticas opressoras muitas vezes já capilarizadas na nossa sociedade.” 

Pró-reitor de Extensão (UFRPE) e integrante do PPGECI (UFRPE/Fundaj), o Prof. Dr. Moisés de Melo Santana ressalta que é preciso existir uma união de modo amplo e articulado para se pensar as formas de combate ao racismo. “O racismo estrutural naturaliza modos culturais que produzem cotidianamente, direta e indiretamente,  processos de subordinação da população negra”, sintetiza.

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